O Hamas libertou nesta segunda-feira (23) mais duas reféns mantidas na Faixa de Gaza desde o último dia 7. O anúncio foi feito por Abu Ubaida, porta-voz do braço armado da facção terrorista, as Brigadas al-Qassam.
De acordo com o jornal israelense Times of Israel, as duas mulheres são Yocheved Lifshitz, 85, e Nurit Cooper, 79 —o Hamas a nomeou como Nurit Yitzhak. Os maridos das duas seguem como reféns em Gaza.
O grupo terrorista afirmou que decidiu libertar as idosas “por razões de saúde e humanitárias”, sem detalhar os motivos —ela seriam moradoras do kibutz Nir Oz, atacado pelo Hamas no último dia 7.
Imagens reproduzidas por canais egípcios mostram o momento em que as reféns libertadas deixam um carro da Cruz Vermelha após passarem pela passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito.
O neto Lifshitz, Daniel, afirmou que ele e a família estavam “entusiasmados e felizes” pelo retorno da avó. “Nós esperamos que ela esteja bem, com saúde e estamos esperando para vê-la”, disse ele. Não há informações sobre quando a idosa deve retornar a Israel. O marido de Lifshitz, Oded, também foi sequestrado e continua refém do Hamas em Gaza, diz o neto.
Na última sexta (20), o grupo já havia libertado duas americanas sequestradas e mantidas reféns no território palestino ocupado. Segundo Ubaida, a ação desta segunda ocorre após mediações do Qatar e do Egito. As duas reféns libertadas na sexta também deixaram a Faixa de Gaza após mediação do Qatar.
Na ocasião, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar disse que a libertação ocorreu “após muitos dias de comunicação contínua” e que o diálogo sobre a liberação de outros reféns continuaria.
O porta-voz do Hamas, por sua vez, afirmou que as reféns foram libertadas em resposta aos esforços de mediação do Qatar, também mencionou “razões humanitárias” e disse que o ato era feito “para provar ao povo americano e ao mundo que as acusações feitas por Biden e sua administração fascista são falsas e infundadas”.
Mais cedo nesta segunda, o canal de notícias i24, sediado em Israel, afirmou que ao menos 50 reféns com dupla cidadania estariam a caminho do sul de Gaza onde seriam liberados com ajuda do Crescente Vermelho —equivalente à Cruz Vermelha nos países de maioria muçulmana.
A fonte do canal seria um alto diplomata do governo do premiê Binyamin Netany ahu. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) ainda não confirmaram a informação.
O Itamaraty confirmou nesta segunda-feira que há ao menos um brasileiro que vivia em Israel desaparecido desde o ataque do Hamas no sul do país do Oriente Médio em 7 de outubro. Acredita-se que ele possa ser um dos 222 reféns em mãos do Hamas —cifra compartilhada por Tel Aviv—, ainda que a informação não esteja confirmada.