O Hamas libertou duas reféns americanas —Judith Raanan e sua filha, Natalie—, segundo o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, nesta sexta-feira (20).
As duas foram sequestradas quando estavam no kibutz de Nahal Oz, próximo à fronteira de Gaza, no último dia 7, quando o grupo terrorista atacou território israelense. Elas são levadas a uma base militar no centro de Israel, de acordo com comunicado do gabinete do premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Segundo a imprensa americana, as duas são de Evanston, um subúrbio ao norte de Chicago. Judith e Natalie foram as primeiras reféns a serem libertadas desde que o grupo terrorista invadiu Israel e fez cerca de 200 reféns, muitos deles civis.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou a repórteres que ainda há dez americanos desaparecidos. “Sabemos que alguns deles foram sequestrados e são reféns do Hamas”, disse, sem entrar em detalhes.
O presidente americano, Joe Biden, agradeceu Israel e ao Qatar, que fez a mediação das negociações com o Hamas, pela libertação das duas reféns americanas. Ele também se disse “radiante” com a soltura das duas, que “terão o total apoio do governo dos Estados Unidos enquanto se recuperam, e todos devemos respeitar sua privacidade neste momento”.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar disse que a libertação ocorreu “após muitos dias de comunicação contínua” e que o diálogo sobre a liberação de outros reféns continuaria.
O porta-voz do Hamas afirmou que as reféns foram libertadas em resposta aos esforços de mediação do Qatar, “por razões humanitárias e para provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas por Biden e sua administração fascista são falsas e infundadas”.
O Hamas afirma que outros 50 reféns são mantidos por outros grupos armados na Faixa de Gaza, e que mais de 20 reféns foram mortos por ataques aéreos israelenses, sem, contudo, fornecer mais detalhes.
Após a ofensiva do Hamas, Israel declarou guerra e prometeu eliminar o grupo terrorista, que governa a Faixa de Gaza. Desde então, o território é alvo de ataques aéreos, e um cerco total que proíbe a entrada de água, alimentos, combustível e suprimentos médicos.
O secretário-geral das Nações Unidas visitou a passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito, nesta sexta-feira. Na véspera, ele pediu com ênfase um cessar-fogo humanitário imediato. “Gaza precisa de ajuda constante e em grande escala”, disse.
O local, única via entre Gaza e o resto do mundo que não é controlada diretamente por Israel, está fechada —Cairo e Tel Aviv, que controlam na prática a passagem, concordaram em abrir o posto de controle para entrada de caminhões com itens essenciais.
Pelo menos 4.137 palestinos foram mortos até a tarde desta sexta, incluindo centenas de crianças, e mais de 13.000 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde local. A ONU afirma que mais de um milhão está desabrigado.