No terceiro dia da trégua temporária na Faixa de Gaza, o grupo terrorista Hamas entregou neste domingo (26) mais 13 reféns à Cruz Vermelha no âmbito do acordo com Israel. Horas antes, a fação havia libertado um cidadão russo-israelense, em um aceno ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. A informação é da TV egípcia Al-Qahera.
Confirmada a soltura, chega a 51 o número de pessoas que deixaram o cativeiro no território palestino desde o início do cessar-fogo —foram soltas 24 na sexta-feira e 17 no sábado, sendo 13 israelenses por dia e o restante, estrangeiros.
Na véspera, impasses atrasaram a libertação de reféns após o Hamas acusar Tel Aviv de não cumprir os termos do acordo ao limitar a entrega de ajuda humanitária na porção norte da faixa, área mais devastada pelos ataques israelenses.
Neste domingo, foi Israel quem acusou o grupo terrorista de limitar a entrada de caminhões na região. O Cogat, o órgão do Ministério da Defesa de Israel que supervisiona as atividades civis nos territórios palestinos, publicou no X uma foto do que diz ser o bloqueio. “Para o Hamas, os residentes de Gaza são a última prioridade”, afirmou o órgão.
A facção havia se comprometido a libertar ao menos 50 reféns israelenses, em grupos de 13 por dia, durante quatro dias. Em troca, Israel havia prometido soltar ao menos 150 palestinos, todos mulheres ou menores de idade, mantidos em presídios do país.
Para além dos prisioneiros que aguardam para ser libertados neste sábado, Tel Aviv já soltou 78 pessoas —39 em cada dia da trégua. A maioria estava detida por crimes de menor gravidade, como atirar pedras contra soldados; em outros casos, eram alvo de detenção administrativa, em que não há acusação formal nem julgamento.
O cessar-fogo temporário, mediado pelo Qatar, também levou a uma interrupção dos ataques em Gaza e ao aumento do fluxo de entrada de ajuda humanitária. Trata-se da primeiro momento de distensão na guerra que completa 50 dias, e Israel promete retomá-la de forma intensa assim que acabar a trégua.
Estima-se que mais de 14 mil pessoas foram mortos em ataques de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, que deixaram 1.200 mortos, segundo as autoridades israelenses.