Horas depois de deflagrar uma ofensiva com milhares de mísseis contra Israel, o grupo extremista islâmico Hamas disse que o ataque foi motivado pelo que considera serem as agressões crescentes de Israel aos palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e nas prisões israelenses.
“Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação na Terra”, disse o comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, ao anunciar o início dos ataques neste sábado (7) numa transmissão nos meios de comunicação do Hamas. Ele também apelou aos palestinos de todo o mundo para lutarem.
O Hamas, que assumiu o controle da Faixa de Gaza em 2007, desde então travou quatro guerras contra Israel. Mas as cenas de violência dentro de Israel neste sábado foram diferentes de tudo o que se viu desde os atentados suicidas da revolta palestina da Intifada, há duas décadas.
O fato de o ataque ter sido uma surpresa para as forças de segurança de Israel faz dele uma das piores falhas de inteligência na história do país, um choque numa nação orgulhosa da sua intensa infiltração e monitoração de grupos militantes.
Imagens do Hamas em sua conta no Telegram mostraram seus combatentes retirando soldados israelenses de um tanque.
O vice-chefe do Hamas, Saleh al-Arouri, disse à rede Al Jazeera que o grupo mantinha um grande número de prisioneiros israelenses, incluindo altos funcionários. Ele afirmou que o Hamas tinha prisioneiros suficientes para fazer com que Israel libertasse todos os palestinos nas suas prisões.
Os militares israelenses confirmaram que seus conterrâneos estavam sendo mantidos em cativeiro em Gaza e que soldados e oficiais tinham sido mortos. Um porta-voz militar disse que Israel poderia mobilizar até centenas de milhares de reservistas para lutarem no conflito.
Ao menos 100 israelenses morreram até agora, e autoridades dizem que o número de vítimas pode aumentar. A retaliação de Tel Aviv matou 198 palestinos. O número pode aumentar.