Um tiroteio foi reportado na região do Palácio Nacional de Porto Príncipe, no Haiti, no fim da noite desta sexta-feira (8) em meio a declarações do ex-líder do golpe no país em 2004, Guy Philippe, exigindo a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry.
As informações foram divulgadas pela agência de notícias EFE e confirmadas pela Reuters.
Os relatos acontecem em uma semana marcada pela fuga de mais de 4000 presos que terminou em uma onda de violência e forçou o governo a declarar estado de emergência e toque de recolher na capital.
Ariel Henry, que viajou em missão de segurança da ONU, está em Porto Rico desde a última terça-feira (5), impossibilitado de retornar ao Haiti. Nesta semana, conflitos paralisaram o porto e o aeroporto da capital, dificultando o trânsito de pessoas e suprimentos.
Em entrevista à Reuters via Zoom, Philippe declarou que deseja ser presidente do Haiti e que, se empossado, buscaria implementar uma política de anistia aos membros de gangues responsáveis pela libertação de detentos e por uma série de conflitos com as forças de segurança do Haiti.
“Estou entrando na política”, disse o ex-chefe de polícia de 56 anos. “Fui senador, fui eleito pelo meu povo, irei novamente nas eleições. Mandela estava na prisão, Hugo Chávez estava na prisão, Lula estava na prisão e se meu povo acreditar e confiar em mim, serei seu líder.”
Em 2004, Philippe foi um dos principais líderes na bem-sucedida derrubada do presidente Jean-Bertrand Aristide. Ele concorreu sem sucesso à presidência em 2006, antes de ganhar um assento no senado em 2016, embora tenha sido preso e extraditado para os Estados Unidos antes de ser empossado.