Iniciada há duas semanas, a guerra Israel-Hamas tem provocado manifestações ao redor do mundo. A maioria delas inclui marchas nas ruas pedindo um fim imediato dos enfrentamentos, que já geraram quase 4.200 mortes do lado palestino e ao menos 1.400 entre israelenses.
Alguns cidadãos têm, no entanto, preferido expressar suas opiniões individualmente, no ambiente urbano, fazendo uso de bandeiras e grafites para homenagear vítimas e apoiar as causas envolvidas no embate.
É o caso de registros como o de um tuk-tuk em Mogadício, na Somália, ou de um carro estacionado numa rua de Lenasia, cidade próxima de Joanesburgo, na África do Sul, ambos carregando bandeiras da Palestina.
Em outros locais, as cores da bandeira do território são vistas junto com símbolos de países, em geral árabes. Em um restaurante turco em Bagdá, capital iraquiana, por exemplo, a flâmula do país estava junto com a palestina, assim como em um prédio no Iêmen.
Grafites sobre o conflito no Oriente Médio surgiram até mesmo em locais onde já há outras guerras em curso —caso de Odessa, na Ucrânia. Um desenho na parede de um prédio no centro da cidade acompanhado da palavra “juntos” misturava o brasão ucraniano com a estrela de Davi, em uma alusão à bandeira de Israel.
Em Bogotá, na Colômbia, uma pichação com os dizeres “Palestina livre” ocupava uma passarela. A 8,4 mil quilômetros dali, a mesma expressão estava pintada na estrutura de uma ponte ferroviária no norte de Londres, na Inglaterra.
Na Austrália, um barco com a bandeira palestina foi fotografado enquanto passava em frente ao icônico prédio da Ópera de Sydney. Na Times Square, em Nova York, a bandeira de Israel dividia espaço com a dos Estados Unidos em um outdoor eletrônico em 13 de outubro.
Em Paris, cartazes de sequestrados pelo Hamas no ataque a Israel chamavam a atenção de pedestres. Os panfletos, que viralizaram após serem compartilhados por seus autores, dois artistas israelenses, também chegaram às ruas de São Paulo.
Além da dimensão individual, governos e instituições também usaram o cenário urbano para expressar suas visões sobre o conflito. O monumento mais famoso da França, a torre Eiffel, recebeu uma projeção com a cor azul e a estrela de Davi em 9 de outubro, por exemplo, em um tributo às vítimas do ataque do Hamas contra Israel de dois dias antes.
Enquanto isso, a sede da Comissão Europeia, braço executivo do bloco europeu, exibiu uma projeção com a bandeira de Israel no dia seguinte ao ataque do Hamas. O grupo, que inicialmente demonstrou apoio unívoco a Israel, vem tentando promover uma imagem mais neutra em relação ao conflito nos últimos dias, e prometeu que seus países-membros se unirão para mitigar a crise humanitária em Gaza.