Uma terceira pessoa testou positivo para a gripe aviária nos Estados Unidos após exposição a vacas infectadas. O homem é um trabalhador de empresa de laticínio e foi o primeiro a apresentar sintomas respiratórios da doença, conforme afirmaram autoridades de saúde do país na última quinta-feira (30).
A infecção foi o segundo caso humano em Michigan, que confirmou mais casos de gripe aviária em bovinos leiteiros do que qualquer outro estado. O novo diagnóstico também amplia os sintomas da gripe para humanos, após os dois trabalhadores que testaram positivo anteriormente terem experimentado apenas conjuntivite, que se resolveu em alguns dias.
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) americano afirmou que o caso mais recente não altera sua avaliação de que a gripe aviária apresenta ainda um baixo risco para o público em geral e que não há evidências concretas até o momento de transmissão de humano para humano.
Nirav Shah, diretor-adjunto da agência, afirma esperar ver sintomas respiratórios nos casos em humanos porque o vírus influenza em outros surtos de gripe aviária também apresentaram esses sintomas.
“Ao mesmo tempo, os sintomas respiratórios aumentam as chances de expor alguém em comparação aos sintomas somente oculares,” diz Shah.
O estado de Michigan afirmou que irá começar a testar trabalhadores de fazendas leiteiras em busca de sinais de infecção prévia com gripe aviária. Autoridades de saúde estaduais e locais têm monitorado trabalhadores e pecuaristas expostos para detecção de sintomas.
Até o momento, a gripe aviária nas vacas leiteiras atingiu 67 rebanhos em nove estados desde março, de acordo com dados do CDC.
O terceiro trabalhador a testar positivo relatou sintomas do trato respiratório superior, incluindo tosse sem febre, e desconforto nos olhos com secreção aquosa, disse o CDC.
Ele recebeu tratamento antiviral e está em isolamento em casa. De acordo com o órgão, os sintomas estão passando. Pessoas que moram na mesma casa que o homem não apresentaram sintomas e estão sendo monitorados quanto a possíveis infecções, acrescentou a agência.
O trabalhador era funcionário de uma fazenda, diferente do caso humano anterior relatado em Michigan em 22 de maio.
Já o 1º caso detectado pelo órgão no Texas também tinha ligação com contato com vacas leiteiras. Nenhum dos três casos confirmados até agora parece ter transmissão em humanos, disse a agência.
“Mesmo que houvesse sintomas respiratórios presentes neste indivíduo, ainda foi um caso leve,” afirma Amesh Adalja, especialista em doenças infecciosas no Centro de Segurança da Saúde da Universidade Johns Hopkins. “Isso destaca o risco particular para trabalhadores de fazendas leiteiras.”
Autoridades do CDC testaram amostras de sangue de trabalhadores de fazendas em busca de sinais de infecção prévia para ajudar a entender a extensão do surto de gripe aviária.
O objetivo dos testes é discernir como o vírus está se espalhando de fazenda em fazenda, incluindo se os humanos carregaram o vírus de forma assintomática, disse Shaw, acrescentando que não sabia quando os testes começariam ou quantos trabalhadores seriam testados.
Shah disse que o CDC tem trabalhado com departamentos de saúde e agricultura estaduais em uma série de estudos para ajudar a entender o risco atual para os trabalhadores, se os trabalhadores foram infectados anteriormente e quais fatores em uma fazenda aumentam o risco de infecção.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano disse que vai iniciar a fabricação de 4,8 milhões de doses de vacinas contra a gripe aviária a ser concluída ainda no verão do hemisfério Norte.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) lançou um programa piloto que permitirá que fazendeiros inscritos testem massivamente o leite de suas vacas para o vírus, em vez de testar animais individualmente antes de enviá-los para outros estados, explica Eric Deeble, conselheiro sênior do órgão.
O USDA também gastará um adicional de US$ 824 milhões (cerca de R$ 4,3 bi) para trabalhar com os estados em testes e vigilância da gripe aviária, afirma Deeble.