A ativista ambiental Greta Thunberg foi acusada de perturbação da ordem pública, após ter sido detida na terça-feira (17) durante um protesto paralelo a uma conferência da indústria do petróleo e gás em Londres. O indiciamento da criadora do movimento Fridays For Future foi anunciado pela polícia inglesa nesta quarta-feira (18).
As manifestações contra a indústria dos combustíveis fósseis continuaram nesta quarta na capital britânica, em frente ao hotel onde acontece o Energy Intelligence Forum, que reúne executivos das principais empresas do ramo.
A jovem sueca de 20 anos foi solta sob supervisão judicial e deve comparecer a um tribunal de Londres em 15 de novembro, diz o comunicado da polícia. Greta será processada por ter descumprido a ordem policial de não bloquear a rua onde ocorreu a mobilização.
Greta foi uma das 26 pessoas indiciadas pela manifestação.
Antes de ser detida na terça-feira, Greta afirmou a jornalistas que “por trás destas portas fechadas (…) políticos celebram acordos e compromissos com pessoas do lobby do destrutivo setor dos combustíveis fósseis”.
Nesta quarta-feira, centenas de pessoas continuaram a protestar erguendo faixas com frases como “Pare o Rosebank”, em referência ao polêmico campo petrolífero no Mar do Norte que recebeu, no mês passado, o aval do governo britânico para sua exploração.
Mobilizações ocorreram também em frente aos escritórios da seguradora Lloyds e na sede da empresa TotalEnergies.
O presidente da companhia saudita Aramco, Amin Nasser, reafirmou no início da conferência, que são necessários “novos investimentos” em petróleo para compensar o declínio dos campos petrolíferos em declínio.
Já Wael Sawan, dirigente da Shell, defendeu que a sua empresa tenta “garantir a segurança energética”, acrescentando que a companhia quer “participar na transição energética investindo entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões (entre R$ 50 e 76 bilhões, na cotação atual) nos próximos três anos”.
Greta, além da detenção nesta terça e do indiciamento nesta quarta, foi multada na Suécia na última semana.
Ela foi considerada culpada por desobedecer a uma ordem policial e recebeu multa, devido a um protesto de que participou na Suécia em julho. Essa foi a segunda vez em três meses que ela foi condenada e multada pelo mesmo delito no porto da cidade de Malmö .