O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um decreto na noite desta sexta-feira (8) para autorizar uma operação de GLO (Garantia de Lei e da Ordem) no Rio de Janeiro.
O objetivo é garantir a segurança das autoridades estrangeiras durante a cúpula do G20 que será realizada na capital fluminense. Virão ao Rio líderes mundiais como o chinês Xi Jinping, o americano Joe Biden e o francês Emmanuel Macron.
O decreto prevê que as Forças Armadas serão empregadas no período de 14 a 21 deste mês. O texto foi publicado em edição-extra do Diário Oficial da União.
O governo federal depois divulgou uma nota afirmando que o emprego dos militares, em articulação com outros órgãos de segurança estaduais e federais “será será importante para a proteção das delegações, garantindo que o Brasil ofereça um ambiente seguro para todos os envolvidos”.
O decreto prevê que os militares vão atuar no perímetro do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde serão realizados os eventos do G20, da Marina da Glória, do Monumento Estácio de Sá, dos locais de hospedagem das delegações dos chefes de Estado.
As forças também serão empregadas nas vias de chegada e saída entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e os locais de hospedagem, compreendidas a extensão da Rodovia Governador Carlos Lacerda (Linha Amarela), da Via Expressa Presidente João Goulart (Linha Vermelha) e das demais vias da zona sul e da zona oeste utilizadas no percurso.
Também haverá forças atuando no perímetro externo do Aeroporto Internacional Tom Jobim, incluídos os terminais de embarque e desembarque de passageiros, a Avenida 20 de Janeiro e a Estrada do Galeão, desde o Hospital da Força Aérea do Galeão até o entroncamento com a Linha Vermelha. E também da Linha Vermelha até o seu cruzamento com a Linha Amarela.
O texto ainda prevê a atuação nas águas jurisdicionais brasileiras de interesse da Cúpula de Líderes do G20, incluídas as águas interiores, em articulação com a Polícia Federal.
O Brasil ocupa neste ano de 2024 a presidência do G20, bloco que reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e a União Africana. Após uma série de eventos setoriais, em diferentes regiões do Brasil, será realizada nos dias 18 e 19 de novembro a cúpula dos chefes de Estado do bloco.
A decretação de uma GLO já vinha sendo aventada publicamente pelas autoridades de segurança, tanto federais como do estado do Rio de Janeiro. O governador Claudio Castro (PL), antes de uma reunião no Palácio do Planalto, havia minimizado a situação, afirmando que a operação é rotineira na realização de grandes eventos internacionais.
O Rio de Janeiro, no entanto, viu nos últimos dias uma escalada na violência. No fim do mês passado, um confronto entre criminosos e as forças de segurança do Rio deixou três pessoas mortas e outras três feridas.
O confronto aconteceu durante operação no Complexo de Israel, zona norte do Rio de Janeiro. A ação bloqueou por cerca de duas horas a avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, e impactou a circulação de trens e linhas de ônibus.
Em junho deste ano, o governo Lula decidiu encerrar a operação de GLO em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Militares da Marinha e Aeronáutica deixaram as funções que desempenharam durante cerca de oito meses, com a Polícia Federal e a Receita Federal retomando o comando das ações de segurança pública e alfandegárias.
As Forças Armadas atuavam desde o início de novembro de 2023 nos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí (RJ) e Santos (SP) e nos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ). O objetivo era aumentar a segurança nessas regiões para combater a logística de facções criminosas para o envio e recebimento de drogas.