O furacão Rafael perdeu força após atingir Cuba na noite de quarta-feira (6) e está se afastando da ilha, segundo o NHC (Centro Nacional de Furacões) dos Estados Unidos. Sua passagem provocou cortes de luz generalizados, e algumas vilas foram destruídas.
Há duas semanas, o país foi atingido pelo ciclone Oscar, que deixou oito mortos e causou um blecaute geral de quatro dias. Agora, o apagão ocorreu devido a falhas nas centrais termelétricas e à falta de combustível.
Na manhã desta quinta (7), o fenômeno estava localizado a cerca de 220 km a sudoeste da Flórida, com ventos máximos de 165 km/h. “O centro de Rafael se desloca para o sudeste do golfo do México”, afirmou o NHC, com sede em Miami, em seu boletim mais recente.
Rafael, cujo olho chegou à praia Majana, na província de Artemisa, permaneceu por duas horas e meia sobre o território cubano antes de sair enfraquecido como ciclone de categoria 2 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5.
A ilha está sem fornecimento de eletricidade em várias regiões. “Os fortes ventos provocados pelo furacão de grande intensidade Rafael causaram a desconexão do sistema elétrico nacional”, afirmou a estatal Unión Eléctrica na rede social X.
Na noite de quarta, Lázaro Guerra, diretor de eletricidade do Ministério de Energia e Minas, disse que a parada dos geradores e o desligamento das linhas de transmissão provocaram a queda do sistema elétrico nacional de Cuba, que possui 10 milhões de habitantes.
Em Candelaria, uma pacata localidade rural no oeste cubano, as ruas ficaram cheias de galhos, mas também de telhas e pedaços de concreto das fachadas das casas que não resistiram ao violento impacto do furacão.
“Estou desesperada, fiquei sem teto, o telhado se foi e não sei o que vou fazer”, disse Marta León Castro, uma funcionária pública de 57 anos, ainda assustada.
Os moradores reforçaram com tábuas as portas e janelas de suas casas. Alguns até amarraram os telhados de alumínio com cabos ou os cobriram com sacos de ar
Milhares de pessoas foram retiradas de cidades costeiras de Artemisa.
Os fortes ventos e as chuvas de Rafael também afetaram Havana, onde vivem dois milhões de pessoas. O comércio foi fechado, e em várias postos de gasolina as bombas de combustível foram retiradas, enquanto as ruas estavam quase desertas.
Segundo o jornal oficial Granma, as operações aéreas foram suspensas na região ocidental do país, medida que inclui os aeroportos da capital e do famoso balneário de Varadero, no estado de Matanzas.
Hotéis da capital estavam cheios de turistas retidos, que em alguns casos se reuniram à luz de velas nos restaurantes e saguões desses estabelecimentos, esperando que a tempestade amainasse.
Desde terça-feira (5), as aulas foram suspensas em várias províncias. Em Havana e outras localidades do oeste de Cuba, o serviço de transporte público de passageiros também foi interrompido.
O país vem sofrendo com frequentes cortes de energia devido ao déficit crônico na geração de eletricidade. Em setembro de 2022, a ilha já havia enfrentado um apagão generalizado após a passagem do furacão Ian pelo oeste.
Cuba enfrenta sua pior crise econômica em 30 anos, em meio à escassez de alimentos e medicamentos e a uma inflação galopante.