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Falha de Exército dos EUA pode ter levado à morte de soldados no Oriente Médio, diz autoridade – 30/01/2024 – Mundo

As Forças Armadas dos Estados Unidos não conseguiram impedir o ataque de um drone que matou três de seus membros no domingo (28) porque o aparato foi confundido com um drone americano que se aproximava, ao mesmo tempo, da base atingida perto da fronteira da Jordânia com a Síria, segundo uma autoridade dos EUA.

A avaliação preliminar foi divulgada enquanto Washington considera como irá responder ao ataque, ocorrido durante o fim de semana e o primeiro a matar tropas americanas desde o início da guerra entre Israel e Hamas, que desencadeou uma onda de ataques de grupos alinhados ao Irã contra tropas americanas no Oriente Médio.

Autoridades militares ainda tentam entender melhor o incidente e como o drone kamikaze foi capaz de causar tantas baixas. “Estamos tentando descobrir como um drone conseguiu evitar nossas defesas”, disse a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.

O ataque de domingo, que autoridades de Defesa dos EUA disseram também ter ferido pelo menos 40 integrantes das Forças, atingiu o posto avançado Tower 22, perto da fronteira da Jordânia com a Síria. O local abriga 350 militares americanos que integram uma coalizão de combate ao Estado Islâmico. O drone atingiu de manhã uma área onde os militares vivem e estavam dormindo, parte da explicação para o alto número de mortos e feridos na ação.

Os EUA têm cerca de 2.500 soldados no Iraque e cerca de 900 na Síria, onde trabalham para impedir o ressurgimento do grupo terrorista.

O presidente Joe Biden estava “ponderando as opções diante dele”, afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, a repórteres nesta segunda-feira (29). O presidente se reuniu com seus principais conselheiros no domingo (28) e na segunda para discutir a resposta de Washington ao ataque.

Autoridades americanas afirmaram que ainda avaliavam quem era responsável pelo ataque com drone, mas identificaram ligações com o grupo Kataib Hezbollah, com sede no Iraque e apoiado pelo Irã. “Tem as marcas da Kataib Hezbollah, mas isso não é uma avaliação final sobre o assunto. Nossas equipes continuam a analisar o caso”, disse Singh.

Biden também culpou os grupos apoiados pelo Irã, mas Kirby enfatizou que Washington não busca aprofundar o conflito no Oriente Médio, nem buscam “guerra” com o Irã.

Kirby não quis comentar o momento ou a natureza da resposta americana, mas disse que a Casa Branca estava “totalmente ciente do fato de que esses grupos apoiados por Teerã acabaram de tirar a vida de soldados americanos”.

O Irã buscou se distanciar do ataque. O Ministério das Relações Exteriores do Irã classificou qualquer acusação de envolvimento nas mortes dos soldados americanos como uma conspiração “infundada” por aqueles “interessados em arrastar os EUA para um novo conflito na região com o objetivo de intensificar a crise”.

Singh, do Pentágono, no entanto, disse nesta segunda que “o Irã tem responsabilidade porque financia esses grupos no Iraque e na Síria que lançam ataques contra nossos soldados”.

Os EUA atingiram alvos ligados a grupos apoiados pelo Irã em toda a região após 165 ofensivas contra tropas americanas no Iraque, na Síria e na Jordânia desde outubro, além de mais de 30 ataques a navios no mar Vermelho.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que Washington tomará “todas as medidas necessárias para defender os EUA e nossas tropas”. As forças americanas na Síria e no Iraque têm sido repetidamente atacadas por um grupo recém-criado de milícias iraquianas apoiadas pelo Irã conhecido como Resistência Islâmica no Iraque, que disse estar retaliando o apoio de Washington à guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Fonte: Folha de São Paulo

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