Ex-advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani pediu falência nesta quinta-feira (21), poucos dias depois de ter sido condenado a pagar US$ 148 milhões (R$ 730 milhões) a duas ex-funcionárias eleitorais da Geórgia. Elas foram acusadas por ele, sem provas, de terem “ajudado a fraudar” o resultado do pleito de 2020, que elegeu o democrata Joe Biden.
Na semana passada, o tribunal federal em Washington determinou que Giuliani deve pagar US$ 73 milhões (R$ 360,5 milhões) a Wandrea Moss e sua mãe, Ruby Freeman, para compensá-las pelos danos emocionais e de reputação que elas sofreram com as acusações falsas. Ele ainda deve pagar outros US$ 75 milhões (R$ 370 milhões) ao governo em multas por sua conduta.
Nesta quarta-feira (20), um juiz federal determinou que Giuliani deve começar imediatamente a pagar as duas mulheres, concluindo que havia o risco de ele tentar esconder seus bens.
Em um processo apresentado ao Tribunal de Falências dos EUA em Nova York, Giuliani disse que tinha entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões em passivos e US$ 1 milhão a US$ 10 milhões em ativos.
Além das ex-funcionárias eleitorais, Giuliani também listou o filho do presidente Joe Biden, Hunter Biden, e a Smartmatic USA, uma empresa de tecnologia de votação, como credores.
Hunter Biden processou Giuliani em setembro por violar sua privacidade sobre dados supostamente retirados de seu laptop. A Smartmatic entrou com uma ação contra o ex-prefeito de Nova York e outros aliados de Trump por alegarem que as máquinas de votação da empresa mudaram os votos do republicano para o democrata Biden.
Giuliani, que ficou conhecido como “prefeito da América” por sua liderança em Nova York após os atentados de 11 de setembro de 2001, enfrenta uma série de dívidas decorrentes de seu trabalho em nome de Donald Trump.
Ele liderou uma frente para reverter a derrota eleitoral de Trump em 2020 por meio de ações judiciais malsucedidas e um amplo esforço para produzir listas eleitorais falsas em estados decisivos para o resultado.
Giuliani também disse que devia quase US$ 1 milhão aos governos dos Estados Unidos e do estado de Nova York e quase US$ 2 milhões em honorários advocatícios.
Joseph Sibley, advogado de Giuliani, admitiu que seu cliente causou danos às ex-funcionárias, mas acrescentou que a indenização solicitada seria “catastrófica”. Ele disse ao júri que Giuliani era um “bom homem”, referindo-se ao seu papel como prefeito de Nova York diante dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Giuliani se declarou inocente de acusações criminais de subversão eleitoral na Geórgia, junto com Trump e mais de uma dúzia de outros réus.