Em nova vitória de Donald Trump na Justiça após ser eleito novamente presidente dos Estados Unidos, um tribunal determinou nesta quinta-feira (19) o afastamento da promotora Fani Willis do processo em que o republicano é réu por supostamente tentar interferir, em 2020, no resultado eleitoral da Geórgia.
Além do presidente eleito, 18 aliados de Trump foram acusados na mesma ação, fruto de investigação iniciada em fevereiro de 2021. A procuradoria montou o caso com base em legislação usada no combate ao crime organizado conhecida pela sigla Rico (“Racketeer Influenced and Corrupt Organizations”).
A decisão do tribunal, nesta quinta, coloca em dúvida as próximas etapas do processo. Com 2 votos a 1, a corte considerou que um relacionamento amoroso entre Willis e Nathan Wade, contratado por ela para atuar como promotor especial no caso, criou “uma aparência significativa de impropriedade”.
“Embora reconheçamos que uma aparência de impropriedade geralmente não é suficiente para apoiar a desqualificação, este é o caso raro em que a desqualificação é obrigatória e nenhum outro remédio será suficiente para restaurar a confiança do público na integridade do procedimento”, escreveu o tribunal em parecer.
Trump e aliados teriam se organizado para mudar o resultado da eleição na Geórgia, estado onde o republicano perdeu há quatro anos para o democrata Joe Biden por uma diferença de apenas 0,02 ponto percentual. Em uma ligação por telefone vazada, ele pede a uma autoridade do estado que encontre cerca de 12 mil votos –o necessário para reverter o placar no estado.
No início deste ano, um juiz de primeira instância havia determinado que Willis poderia permanecer no caso, mas o tribunal de apelações discordou da decisão. A promotora poderá recorrer na Suprema Corte da Geórgia.
O caso da Geórgia é o único processo criminal restante que Trump enfrenta enquanto se prepara para retornar à Casa Branca em 20 de janeiro.