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EUA removem monumento pró-escravidão na Virgínia – 21/12/2023 – Mundo

O Exército dos Estados Unidos removeu uma estátua confederada no Cemitério Nacional de Arlington, no estado da Virgínia, como parte de esforços para recolher monumentos que homenageiam figuras controversas da história e os estados pró-escravidão na Guerra Civil Americana, no século 19.

A remoção foi alvo de imbróglio judicial. Um tribunal havia temporariamente interrompido a retirada da estátua de bronze, chamada apenas de Memorial Confederado, mas posteriormente permitiu que os militares prosseguissem. No cemitério estão enterrados 400 mil veteranos e seus familiares.

“Enquanto o trabalho [de remoção] é realizado, sepulturas, lápides e a paisagem circundante serão cuidadosamente protegidas por uma equipe dedicada”, dizia um comunicado no site do cemitério.

Erguida em 1914, a estátua retrata uma mulher vestida com robe clássico, representando o sul dos EUA, em pé no topo de um pedestal adornado com figuras em tamanho real de divindades, soldados confederados e civis.

Entre essas figuras estão uma personagem afro-americana escravizada que segura o filho de um oficial confederado branco e um homem negro escravizado seguindo seu senhor para a guerra, de acordo com a descrição do cemitério.

Protestos em todo o país contra o racismo e a brutalidade policial desencadeados pelo assassinato de George Floyd, em 2020, reacenderam os pedidos de remoção de estátuas em homenagem à Confederação, que foi derrotada na Guerra Civil Americana (1861-1865), também conhecida como Guerra de Secessão.

Ativistas também pedem a mudança de nome de instalações militares que homenageiam figuras do sul separatista.

O orçamento da Defesa de 2021 exigiu o estabelecimento de uma comissão para planejar a remoção de nomes, símbolos, exposições e monumentos ligados à Confederação que sejam de propriedade do Departamento de Defesa, como o memorial do cemitério.

A comissão afirmou em relatório que o memorial em Arlington “oferece uma visão nostálgica e mitologizada da Confederação, incluindo representações altamente higienizadas da escravidão”.

Recomendou que a estátua no topo do memorial fosse removida e seus componentes de bronze desmontados, deixando sua base e fundação no local para minimizar o risco de perturbação inadvertida das sepulturas.

Os oponentes da remoção —descritos em um documento judicial como “uma série de organizações e indivíduos preocupados com a preservação de monumentos confederados e a ‘herança sul-americana’”— tentaram bloquear a remoção do memorial, argumentando que medidas inadequadas estavam sendo tomadas para proteger os túmulos.

Eles obtiveram uma ordem de restrição temporária que interrompeu o trabalho na segunda-feira (18), mas essa ordem foi revogada no dia seguinte, permitindo que o trabalho de remoção fosse retomado.

Fonte: Folha de São Paulo

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