A juíza aposentada Sandra Day O’Connor, primeira mulher a chegar à Suprema Corte dos Estados Unidos, morreu nesta sexta-feira (1º) aos 93 anos após complicações respiratórias. Ela foi nomeada ao tribunal de mais alta instância em 1981 e permaneceu no posto por 25 anos, período no qual esteve no centro de diversas questões sensíveis, incluindo pena de morte e religião.
Vista como apaziguadora, moderada e pragmática, O’Connor foi nomeada à Suprema Corte pelo presidente republicano Ronald Reagan (1981-1989). Era conhecida por adotar posicionamentos de centro e também pelas habilidades de negociação.
A juíza foi decisiva para que o tribunal formasse maioria em casos considerados polêmicos. Ela votou, por exemplo, a favor da inclusão de um homem no quadro de estudantes de uma escola de enfermagem só para mulheres no Mississippi.
Outras votações apertadas em que O’Connor decidiu a favor foram a eleição presidencial de 2000, que pôs George W. Bush no poder, e a determinação de que a guerra ao terror não dava ao presidente um “cheque em branco” para prender suspeitos. Ela também ajudou a preservar o direito ao aborto das mulheres.
O’Connor foi também senadora pelo Arizona na década de 1970. Escreveu dois livros contando suas memórias e geralmente conseguia seduzir com seus argumentos pragmáticos o tribunal, quando os juízes estavam divididos sobre o tema.
Texana, ela formou-se em Stanford e sobreviveu a um câncer de mama. Em um de seus livros, escreveu: “A discordância é um sinal de que o progresso está em andamento”.
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