O ex-deputado americano Matt Gaetz, que desistiu nesta quinta-feira (21) da indicação para liderar o Departamento de Justiça sob Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (22) que não retornará ao Congresso no próximo ano.
“Eu ainda vou estar na luta, mas será em uma nova posição. Não pretendo me juntar ao 119º Congresso”, disse Gaetz, em referência à próxima legislatura.
Ao ser indicado pelo presidente eleito, o representante republicano da Flórida havia renunciado ao cargo que possuía no Congresso, cujo mandato estava terminando. Ele foi reeleito para a função durante o pleito que também elegeu Trump.
Gaetz desistiu da nomeação em meio a dificuldades de conseguir a confirmação do Senado para o cargo. Um painel de ética da Câmara investigava acusações de que o republicano teve relações sexuais com uma adolescente de 17 anos e fez uso ilícito de drogas. Ele negou qualquer irregularidade.
A renúncia de Gaetz deixa os republicanos com uma maioria ainda mais apertada na Câmara no próximo ano. O partido conquistou 218 assentos contra 214 dos democratas, com os republicanos liderando em outros 2 dos 3 assentos cuja apuração dos votos ainda não foi concluída.
Um porta-voz de Gaetz não respondeu a um pedido de comentário da agência Reuters. Sua cadeira na Câmara permanecerá vaga até que os eleitores da Flórida escolham seu substituto em uma eleição especial que ainda não tem data para ocorrer.
Gaetz é o primeiro indicado para o gabinete de Trump a se retirar, embora vários tenham enfrentado escrutínio por comportamentos passados. Outro indicado por Trump, o comentarista da Fox News Pete Hegseth, escolhido como secretário de Defesa, também está envolvido em controvérsia por suposta agressão sexual.
Trump nomeou a ex-procuradora-geral da Flórida Pam Bondi após a desistência de Gaetz. O ex-deputado elogiou Bondi e disse que ela provavelmente terá mais facilidade para conseguir a aprovação do Senado.
“[O processo de] confirmação de Pam Bondi não terá as mesmas arestas afiadas que a minha teria”, disse Gaetz.
