Em entrevista à reportagem da TV Pajuçara, nesta sexta-feira (29), o diretor do Hospital Geral do Estado (HGE), Fernando Melro, disse que a aplicação de éter, líquido extremamente inflamável, durante a cirurgia com bisturi elétrico provocou queimaduras de segundo e terceiro graus em um paciente, de 71 anos, nessa última quarta-feira (27). O estado de saúde do idoso, que deu entrada na unidade hospitalar com uma intercorrência ocular, é considerado grave.
Segundo Fernando Melro, o paciente seria submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor na região do rosto. Antes do procedimento, o médico aplicou éter no local para fazer a limpeza de uma ferida, procedimento considerado padrão em cirurgias. Nesse momento, foi constatado um princípio de incêndio, que acabou atingindo o paciente.
“O idoso deu entrada no hospital com um quadro de câncer bem avançado e, por conta desse câncer, ele criou uma ferida em um dos olhos. Esse tumor tomou praticamente metade do rosto do paciente. Essa ferida estava com larvas e com ovos de mosca. Antes da cirurgia, a equipe foi fazer uma limpeza no local onde estava com a ferida. O médico, antes de fazer a cirurgia, usou um produto químico conhecido como éter, que é inflamável, para fazer a limpeza do local. Segundo os relatos de quem estava com ele na hora, durante esse procedimento, ele teria usado o éter com o bisturi ligado. Isso acabou provocando um princípio de incêndio. Esse princípio de incêndio acabou queimando o paciente na região do peito pra cima e ele teve queimaduras de segundo e terceiro graus. Devido ao incêndio, que foi rapidamente controlado, ficou uma fumaça muito grande na sala cirúrgica. Todo mundo que estava nesse bloco cirúrgico inalou fumaça, inclusive o próprio médico teve queimaduras também, essas queimaduras foram na região das mãos. Por conta da fumaça, precisamos evacuar o centro cirúrgico de imediato”, explicou o médico.
De acordo com o diretor, uma equipe da Polícia Civil foi acionada logo após o incidente. Já a equipe médica foi afastada preventivamente. “Desde o ocorrido, nós isolamos o centro cirúrgico. Isolamos totalmente a área do incidente. Em seguida, liguei para a Polícia Civil, para o delegado geral, que enviou uma equipe para o hospital, onde fizemos um boletim de ocorrência. Ainda solicitamos que o Instituto de Criminalística faça uma perícia no local. O Corpo de Bombeiros de Alagoas também foi solicitado para fazer uma perícia no local. Também abrimos uma sindicância para apurar o acontecido, que será feita administrativamente pela direção do hospital, e afastamos toda a equipe que fazia parte do procedimento”, completou.