A Justiça iraniana informou nesta terça-feira (19) que não iniciou ações judiciais contra uma estudante presa em Teerã após se despir em público no início de novembro.
“Como ela foi levada ao hospital e constatou-se que estava doente, foi entregue à sua família, que atualmente cuida dela, e nenhum procedimento judicial foi iniciado”, declarou o porta-voz do poder judiciário no Irã, Asghar Jahangir.
A estudante da prestigiada universidade Azad de Teerã havia sido detida após ficar de roupa íntima, no que, segundo grupos de ativistas, foi um protesto contra o assédio dos agentes de segurança, que a acusavam de não respeitar o estrito código de vestimenta islâmico.
Depois, ela foi “transferida para um centro de atendimento especializado”, segundo a embaixada do Irã em Paris.
Em vídeos que se tornaram virais, ela era vista caminhando lentamente em frente à universidade em roupas íntimas, antes de ser brutalmente colocada em um carro por homens vestidos à paisana.
Desde que o caso foi revelado, a jovem, mãe de dois filhos e separada do marido, tornou-se um novo símbolo da luta das mulheres no Irã.
A lei islâmica no Irã impõe um código de vestimenta rigoroso para as mulheres, que devem usar véu e roupas largas que cubram suas formas.