O ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, disse neste domingo (3) que o governo vai agir rapidamente para consertar edifícios de escolas depois que mais de cem foram informadas que deveriam fechar por problemas decorrentes do tipo de concreto utilizado em sua estrutura.
Chamado de RAAC, reinforced autoclaved aerated concrete (ou, na tradução livre, concreto aerado autoclavado reforçado), é um tipo de concreto mais antigo e menos durável se comparado ao material padrão.
O anúncio do fechamento das escolas aconteceu poucos dias antes do início do novo período letivo depois das férias de verão, causando revolta entre pais e educadores. Centenas de alunos podem ter que começar as aulas remotamente ou em edifícios temporários, já que muitas escolas vão ficar fechadas até receberem o reparo apropriado.
Hunt afirmou que a maioria das cerca de 150 escolas afetadas (de um total de 22 mil instituições de ensino na Inglaterra) vai poder funcionar normalmente. “Vamos gastar o que for necessário para resolver este problema o mais rápido possível”, disse ele à rede de notícias BBC.
De acordo com o jornal Guardian, o governo enfrenta uma pressão crescente para revelar a lista completa de escolas que usam o material em sua estrutura e dar mais explicações sobre a extensão das consequências.
O RAAC era um material comumente usado em telhados, pisos e paredes entre as décadas de 1950 e 1990 na Inglaterra como uma alternativa mais barata e mais fácil de ser instalada em comparação ao concreto padrão. No entanto, é menos durável, com uma vida útil de cerca de 30 anos, de acordo com a rede de notícias BBC.
O uso desse tipo de material começou a chamar atenção em 2018 quando o telhado de uma escola primária desabou 24 horas depois de sinais de problemas em sua estrutura, segundo informações do Guardian. A publicação afirma que outras estruturas públicas, como hospitais, também podem correr o mesmo risco por utilizarem a matéria-prima.
O sistema educacional da Inglaterra ainda se recupera do impacto da pandemia e de greves de professores que duraram seis meses em 2023.
A situação aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro Rishi Sunak antes de eleições programadas para o próximo ano.