Quatro policiais foram sequestrados no Equador, segundo autoridades locais, em meio a um estado de exceção decretado pelo presidente Daniel Noboa por causa da violência relacionada ao tráfico de drogas e após a fuga da prisão, ocorrida no domingo (7), do chefe da principal quadrilha criminosa do país.
As autoridades disseram que três agentes foram sequestrados enquanto estavam sem serviço na cidade costeira de Machala, no sudoeste equatoriano. O quarto policial foi capturado na capital Quito por criminosos que estavam em um veículo sem placa.
“Houve várias ações criminosas em nível nacional que mobilizaram nossas unidades”, disse um porta-voz da polícia equatoriana nesta terça (9) ao comentar a nova crise de segurança no país.
Um vídeo que não pôde ser verificado pelas agências de notícias mostra três policiais sentados no chão. Um deles é forçado a ler uma mensagem direcionada ao presidente: “O senhor declarou guerra e vai ter guerra […] O senhor declarou estado de emergência; nós declaramos que a polícia, os civis e os militares são espólios de guerra. Qualquer pessoa encontrada nas ruas depois das onze da noite será executada”.
Os sequestros ocorreram depois que Noboa, que enfrenta sua primeira crise de segurança após assumir o cargo em novembro, decretou um estado de emergência de 60 dias em todo o país, inclusive nas prisões. A medida inclui um toque de recolher de seis horas entre 23h e 5h no horário local (1h e 7h em Brasília).
Segundo o presidente, o estado de exceção permitirá que as Forças Armadas intervenham no sistema prisional equatoriano. “Não negociaremos com terroristas nem descansaremos enquanto não devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa em vídeo publicado nas redes sociais.