A polícia de Equador prendeu neste domingo (21) 68 supostos membros de uma organização criminosa que teriam tentado assumir o controle de um hospital na cidade de Yaguachi, no sudoeste do país. As prisões ocorreram num momento em que os militares travam uma guerra com facções relacionadas ao narcotráfico.
Os suspeitos teriam entrado no hospital com o objetivo de proteger um membro da organização criminosa, que foi ferido e havia sido admitido na unidade mais cedo. O nome da facção da qual o grupo pertence não foi divulgado.
Além das prisões, a polícia informou ter apreendido armas de fogo e drogas. Os agentes de segurança ainda descobriram um centro de reabilitação clandestino que servia de esconderijo para outros suspeitos. “[O centro] tem sido o centro de comando de todas essas pessoas”, disse o chefe de polícia local, Julio Camacho.
O Equador vive uma crise de violência desencadeada após Fito, o chefe da facção Los Choneros, fugir da Penitenciária Regional, em Guayaquil. Ele é considerado um dos nomes mais poderosos do narcotráfico no país e estava prestes a ser transferido para uma prisão de segurança máxima quando escapou.
Pouco depois, outros casos de violência se disseminaram pelo país, como o sequestro de mais de 170 funcionários penitenciários, desde agentes de segurança, passando por pessoal administrativo até auxiliares de cozinha, por detentos de diversas cadeias do país. Os reféns foram liberados no último domingo (14).
O presidente Noboa inicialmente decretou estado de exceção, uma medida relativamente comum no país e que aumenta a militarização dos espaços públicos. Na sequência, subiu o tom e anunciou que o Equador está em meio a um “conflito armado interno”.
Milhares de militares foram mobilizados na crise de segurança. Em dez dias, 2.369 pessoas foram presas, número que representa 8% da população carcerária do país.