Entidades ligadas à causa palestina baseadas no Brasil irão pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que receba pessoalmente o palestino Jamal Naeem, professor universitário e dentista que vivia em Gaza e sobreviveu a um bombardeio que deixou sete pessoas de sua família mortas.
Naeem veio ao Brasil para participar de uma audiência pública que será realizada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24) e discutirá a crise humanitária na Faixa de Gaza.
O pedido da reunião com Lula é uma demanda do Instituto Brasil-Palestina e da Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil). A solicitação já foi acolhida pelo deputado federal Padre João (PT-MG), que promove a audiência ao lado do colega de Casa João Daniel (PT-SE), e deverá ser formalizada nesta quarta.
“Vamos pedir que o presidente Lula receba a vítima palestina assim como ele recebeu a família de um brasileiro-israelense quando o [senador] Jaques Wagner [PT-BA] levou. Acho que o presidente Lula vai ter a sensibilidade de recebê-lo e escutar o outro lado”, afirma o presidente do Instituto Brasil-Palestina, Ahmed Shehada.
O dirigente da entidade se refere à ocasião em que o petista recebeu familiares do brasileiro Michel Nisenbaum, que vive em Israel e está desaparecido desde o dia 7 de outubro.
O encontro ocorreu em dezembro do ano passado. A irmã de Michel, Mary Shohat, e uma das filhas do brasileiro-israelense, Hen Mahluf, foram recepcionadas no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro ocorreu após esforços empreendidos pela Embaixada de Israel no Brasil e só foi confirmado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner, horas antes de ser concretizado.
A casa onde Jamal Naeem vivia, em Gaza, foi bombardeada em 6 de janeiro deste ano. O docente perdeu três filhos, três netos e sua mãe durante o ataque. Atualmente, ele vive em Doha, no Qatar, e foi trazido ao Brasil pelas entidades que reivindicam o encontro com Lula.
Além dele, participarão da audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta representantes das embaixadas da Palestina, do Irã, do Qatar e do Líbano, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério dos Direitos Humanos, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e de entidades diversas.
Em novembro do ano passado, quando a Casa sediou um ato em solidariedade ao povo palestino, houve confusão entre parlamentares. Na ocasião, a Polícia Legislativa precisou apartar um tumulto iniciado pelo deputado bolsonarista Abilio Brunini (PL-MT).
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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