A Prefeitura de Maceió divulgou nesta sexta-feira (15), números do aumento de casos de meningite registrados na capital alagoana. De acordo com nota da Prefeitura, foram 32 casos registrados durante 2022 em Maceió. Já de janeiro a setembro deste ano, o número saltou para 50.
Os dados foram apresentados em reunião entre o município, estado, Episus (Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS, da Secretaria de Vigilância em Saúde) e uma equipe do Ministério da Saúde. O resultado da reunião deve ser publicado em uma nota técnica a ser divulgada pelo Ministério da Saúde.
“Desde 2021, a Prefeitura de Maceió intensificou a capacitação dos profissionais de saúde nas unidades, para a identificação dos casos suspeitos de meningite, nas diversas variações da doença. As equipes de Maceió perceberam um aumento importante nos casos. A Secretaria Municipal de Saúde alertou o EpiSus, sistema nacional para epidemias, que enviou uma equipe técnica em agosto, que trabalha desde então ao lado do time de Maceió”, disse a nota da Prefeitura.
Na última quarta-feira (13), a Sociedade Alagoana de Infectologia alertou para um surto de meningite em Maceió. Ainda de acordo com a Sociedade Alagoana de Infectologia, um surto é definido por um aumento incomum no número de casos da doença em uma área específica e em um período de tempo determinado. Diante dessa constatação, é fundamental que as autoridades de Saúde Pública adotem “medidas imediatas para conter a disseminação da doença, como a administração de vacinas, o fornecimento de profilaxia antibiótica para contatos próximos e a educação da comunidade sobre medidas preventivas, além de manter os profissionais de saúde em alerta para identificação rápida de casos suspeitos”.
Um boletim atualizado divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), nessa quinta-feira (14), apontou para a ocorrência de 14 mortes por meningite em Alagoas, entre janeiro e agosto deste ano, enquanto no mesmo período de 2022 foram registrados apenas 3 óbitos.
Sintomas e medidas de prevenção contra a meningite – A doença meningocócica é causada por uma bactéria chamada Neisseria Meningitidis, e é potencialmente muito grave, podendo levar ao óbito em 10 a 30% dos casos. O quadro clínico é bem variado, mas os sintomas mais comuns são: febre, cefaleia, vômitos, porém na maioria dos casos, surgem também petéquias (manchas avermelhadas) ou equimoses (manchas roxas) na pele.
A infecção por essas bactérias pode ser prevenida por vacinas gratuitas disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completa 50 anos em 18 de setembro de 2023. A imunização é importante principalmente no início da infância, já que as doenças pneumocócicas são especialmente graves para menores de 5 anos, idosos e pessoas com comorbidades. Apenas a vacina para o tipo Meningocócica Conjugada B não é ofertada pelo SUS, e comercializada nas clínicas particulares.
A Rede Pública de Saúde oferece vacina contra as formas mais graves de meningite, que são:
- Meningocócica Conjugada C: Doença Meningocócica causada pelo meningococo do sorogrupo C, para crianças de 3 e 5 meses, com reforço ao 1 ano de idade;
- Meningocócica Conjugada A, C, W e Y: Doença Meningocócica causada pelos meningococos dos sorogrupos A, C, W e Y, para adolescentes de 11 a 14 anos;
- Pentavalente: Doença Meningocócica causada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b, para crianças de 2, 4 e 6 meses de idade;
- Pneumocócica conjugada 10-valente: Meningite causada por 10 sorotipos de streptococcus pneumoniae, para crianças de 2 e 4 meses, com reforço ao 1 ano de idade;
- BCG: Meningite tuberculosa, ao nascer em dose única.