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Eleições EUA: como mídia reagiu pelo mundo a Trump – 06/11/2024 – Mundo

A imprensa internacional reagiu em sua maioria com choque ao retorno de Donald Trump à Casa Branca, anunciado na manhã desta quarta-feira (6).

A volta do republicano é descrita pelo The New York Times, que apoiou Kamala na eleição, como um “impressionante retorno ao poder após uma campanha sombria e desafiadora”, que “abre uma era de incerteza para a nação”.

O Washington Post, que defendeu a neutralidade de veículos de mídia na eleição, brinca com o jogo de palavras Trump/triumph (triunfo, em inglês), ao descrever o “retorno triunfal” do americano, ressaltando que o bilionário se torna o segundo na história do país a obter dois mandatos não consecutivos –o primeiro foi o democrata Grover Cleveland, em 1885 e 1893.

No Los Angeles Times, que enfrentou uma onda de críticas ao evitar se posicionar na campanha a favor de Kamala, a manchete sobre a vitória descreve Trump como “o ex-presidente duas vezes acusado e condenado criminalmente, que sobreviveu a duas tentativas de assassinato durante a campanha de 2024”.

Do outro lado do país, o tabloide New York Post, que manifestou apoio abertamente à reeleição do republicano em editorial, celebra a derrota de Kamala Harris com um informal “Calling it quits” (“jogou a toalha”, “deu-se por vencida”, em tradução livre) na manchete. O diário também antecipa o que seria a agenda do eleito e ironiza a repercussão em Hollywood: “As celebridades ficaram furiosas com a vitória, e as figuras da mídia, chocadas”.

O Washington Times, que também se posicionou a favor de Trump na corrida, ressalta o apoio dos eleitores latinos em sua manchete nesta tarde. Segundo o veículo, a fatia do eleitorado teve “um grande desempenho a favor do Partido Republicano esta semana, dando a este, sem dúvida, os seus melhores números da história em nível presidencial e sugerindo um realinhamento político duradouro”.

Em solo europeu, a vitória trumpista foi recebida com surpresa: “Donald Trump eleito presidente dos EUA em impressionante ressurreição política”, descreve o britânico The Guardian.

O francês Le Monde é incisivo: “Donald Trump completa seu retorno, movido por instintos políticos e vingança”. O periódico ressalta o “retorno improvável” do empresário após os ataques de 6 de Janeiro “apesar dos problemas jurídicos e das propostas bizarra” e faz projeção sombria: “A partir de janeiro de 2025, os americanos e o mundo descobrirão para onde a tentação autoritária [de Trump] irá nos levar”.

A revista alemã Der Spiegel fala, em seu site, em “choque de Trump” e aposta que o país enfrentará um ponto de virada em sua política. No Die Tageszeitung, os EUA acordaram para “um despertar amargo” nesta manhã, sob uma atmosfera “carregada, exuberante e animada”.

No The Jerusalem Post, há apreensão com os efeitos sobre a guerra local em análise que o veículo leva à manchete: “A vitória de Trump lança uma bomba diplomática na guerra de Israel em múltiplos fronts”, diz o periódico, para o qual a vitória pode levar o Hamas a apressar um acordo sob Biden, dadas as posições pró-Israel de Trump.

Para o iraniano Tehran Times, o embate entre a “arrogância de Harris” e os “truques de Trump” levou a uma “derrota humilhante dos democratas”, escreve o jornal, “na sequência do seu apoio inabalável à guerra brutal de Israel na Faixa de Gaza”.

Na Ásia, o South China Morning Post, de Hong Kong, relata que “o mundo se prepara para a incerteza enquanto Trump retorna”, mas “uma coisa é certa: mais taxas para a China”.

No China Daily, do regime chinês, “Trump declara vitória em discursos na noite de eleição”. O conservador japonês Yomiuri Shimbun, considerado o maior do país, também descreve o resultado como “uma volta impressionante” que coroa “um retorno notável” do mandatário.

Fonte: Folha de São Paulo

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