Após convocar a imprensa às pressas na manhã desta sexta-feira (19), a pouco mais de uma semana para as eleições presidenciais, a ditadura da Venezuela afirmou que a oposição sabe que Nicolás Maduro ganhará nas urnas e planeja não reconhecer os resultados.
A afirmação foi feita pelo diretor da campanha do regime, Jorge Rodríguez, em um hotel de Caracas. “Está claro que alguns atores não têm intenção de participar de maneira legal da eleição. Trata-se de um plano estabelecido para não reconhecer os resultados eleitorais.”
Rodríguez afirmou que “a essa altura os resultados estão muito claros para nós, que nos apegamos à verdade”, dando a entender que o líder do regime, Maduro, ganharia nas urnas. Contra ele, o único candidato com expressividade é Edmundo González, da coalizão opositora.
Um dia antes, Maduro disse a sua base de apoio que, se não sair vencedor, uma guerra civil teria início no país. Em suas palavras, “um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas”.
O regime diz que a oposição planeja não reconhecer os números que saírem das urnas e das cédulas eleitorais —o país possui um duplo sistema eletrônico e em papel— para que, dessa maneira, os Estados Unidos sustentem e mesmo ampliem suas sanções econômicas.
As alegações, sem provas, ocorrem a poucos dias das eleições presidenciais de 28 de julho, as maiores da história recente do país. Maduro, no poder desde 2013, quando assumiu a Presidência após a morte de Hugo Chávez, planeja seguir no posto.
Um dia antes das alegações, a líder opositora María Corina Machado, inabilitada para concorrer à Presidência, mas hoje o principal rosto da campanha opositora, denunciou que os carros de sua equipe teriam sido boicotados em um plano para que sofressem um acidente.
Para justificar as afirmações, Jorge Rodríguez mostrou o que seria uma pesquisa de opinião contratada pela oposição e que diria que Nicolás Maduro sairá vencedor nas urnas.
Ele também afirmou que a rede americana CNN, que cobrirá as eleições na Venezuela, de algum modo participaria de uma campanha para dizer que houve fraude eleitoral e não reconhecer a vitória de Maduro.
A reportagem está tentando contato com a CNN.
Até aqui, as principais pesquisas de opinião realizadas a domicílio por institutos de pesquisa independentes apontam que Edmundo González possui maioria dos votos, ainda que uma baixa participação eleitoral —o voto não é obrigatório— pudesse reduzir sua força nas urnas.
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