Fernando Diniz estreou no comando da seleção brasileira da melhor maneira possível: com goleada e show na abertura das eliminatórias para a Copa do Mundo sobre a Bolívia. E, de quebra, com um tom de seu estilo de jogo. Com 79% da posse de bola, o treinador viu seu time comandar a partida. E, em…
Fernando Diniz estreou no comando da seleção brasileira da melhor maneira possível: com goleada e show na abertura das eliminatórias para a Copa do Mundo sobre a Bolívia. E, de quebra, com um tom de seu estilo de jogo.
Com 79% da posse de bola, o treinador viu seu time comandar a partida. E, em entrevista coletiva, fez questão de exaltar a importância da estatística.
“Representa para mim. Todo mundo sabe que eu tenho um apreço muito grande por ficar com a bola. E, mais do que ficar com a bola, é ser criativo, agressivo e criar muita chance de gol. Então hoje foi o cenário ideal de ter uma posse de bola extremamente eficiente. É isso que a gente pretende fazer daqui para a frente. A gente sabe que é um início apenas, vamos tentar melhorar. Tivemos alguns erros, mas os pontos positivos superaram e muito o que tivemos de negativo”, disse.
O ponto negativo para o comandante foi justamente o gol sofrido na segunda etapa, quando o placar já marcava 4 a 0 para o Brasil. E isso também foi destacado.
“Com certeza, faz parte do ponto negativo. Teve o gol e mais um outro lance. Difícil com o 4 a 0, com a festa da torcida, e parece que estamos jogando com um adversário inofensivo. O adversário não é inofensivo. Eles jogaram contra o Equador, e o jogo foi 1 a 0 num erro de saída da Bolívia. É um adversário que merece todo o respeito, como tivemos, mas não pode relaxar e achar que não vai acontecer nada, porque acontece. Tem que corrigir, jogadores sabem disso, e a gente vai pegar esse gol que a gente tomou como lição para tentar evitar nos próximos jogos”, avaliou.
Diniz ainda fez questão de não diminuir o time boliviano. “Não encaro a Bolívia diferente de como encaro a Argentina e a Espanha. Não falo isso da boca para fora. A gente procura entregar o melhor que o Brasil pode independentemente do adversário. A gente soube respeitar bem a Bolívia e por isso conseguiu jogar bem. Quando chegarem esses adversários, a gente vai procurar tratar da mesma forma que foi o adversário de hoje”.
Pouco tempo de treinamento e ‘prazer’ de ver a seleção
Antes mesmo da estreia, um dos pontos que mais era destacado pelas pessoas era a possível dificuldade que seria encontrada por Diniz para implementar seu jogo por conta do pouco tempo disponível que ele teria. O técnico, porém, minimizou a questão.
“Não é como eu fiz isso. Eu peguei um trabalho muito bem fundamentado do Tite. Ele criou um ambiente muito bom, tinha uma maneira clara de jogar, time consistente, uma equipe de trabalho que ele construiu. Eu cheguei para contribuir nesse cenário. Jogadores souberam absorver o que eu tenho de ideia de jogo, de ser muito agressivo, ter sempre a posse e fazer isso com eficiência. Essa conexão que a gente teve desde o início foi para dentro de campo. A gente teve três dias no campo, três dias de vídeo, que não parece tanto, mas é algo. Os jogadores tiveram vontade de fazer o que a gente combinou”, afirmou.
“A tendência é de melhorar, por a gente se conhecer melhor e os jogadores entrarem cada vez mais na sua melhor forma. No primeiro tempo a gente só fez um gol, mas o goleiro fez pelo menos três defesas espetaculares. Achei que o segundo não foi tão diferente. A gente fez mais gols, mas também tivemos uma produção grande no primeiro tempo”, completou.
Diniz também falou sobre o prazer de estar dirigindo a seleção brasileira e como se diverte com seus jogadores estando na beira do campo.
“Eu sempre aproveito quando estou no campo. Jogo junto com os jogadores, não fico saboreando. Acabo jogando, me divirto com eles, mas estou sempre mais sério para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível. É desfrutar, mas não como torcedor”, admitiu.
“Eu, antes de começar o jogo, estava desfrutando desse momento único de dirigir a seleção. E passando aquele filme gostoso de tudo que vivi para chegar até aqui. Em relação ao jogo, fizemos um jogo muito bom, com muitas chances criadas, muito impositivo. Até fazer o 4 a 0, não tínhamos cedido nenhum chute à Bolívia. Foi uma atuação que particularmente gostei muito e me deixou satisfeito”, finalizou.