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Derrotas do vitorioso Lai Ching-te na eleição de Taiwan – 16/01/2024 – Mundo

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Lai Ching-te venceu com relativa folga as eleições taiwanesas no sábado (13), mas deve encontrar dificuldades políticas para implementar seu projeto de governo.

O político do Partido Democrático Progressista (PDP) fez campanha prometendo aproximação com parceiros ocidentais e defendendo os “interesses soberanos de Taiwan“, tópicos que irritaram a China continental.

A vitória foi acompanhada de algumas notícias desagradáveis para o presidente eleito e sua sigla:

  • Lai alcançou 40,1% dos votos. Isso significa que os seus dois principais opositores, Hou Yu-ih, do Kuomintang (KMT), e Ko Wen-je (ou Ko P), do Partido do Povo de Taiwan (PPT), tiveram juntos 60%;

  • Seus dois opositores defendiam aproximação maior com a China como principal estratégia para manter a paz e o status quo da ilha, o que indica que os sinais pró-independência do PDP não alcançaram apoio generalizado;

  • O presidente eleito não contará com maioria legislativa. Seu partido terá 51 cadeiras (perdeu 10); o KMT, 52 (ganhou 14); e o PPT, 8 (ganhou 3).

Por que importa: os resultados não foram um desastre para Pequim, embora a China provavelmente preferisse ver um candidato pró-diálogo levar a Presidência.

Isso pode justificar por que os chineses não reagiram de forma mais ríspida à vitória de Lai, que no passado se definiu como um “trabalhador diligente pela independência taiwanesa”. Exceto pelos habituais alertas antissecessão, o Partido Comunista Chinês praticamente não tomou nenhuma decisão retaliatória contra Taiwan, como impor embargos econômicos ou promover exercícios militares.

Pare para ver

Autor: Ni Chiang-huai é o mestre taiwanês das aquarelas e um dos primeiros artistas da ilha a adotar o estilo ocidental da técnica em suas pinturas. Discípulo de Ishikawa Kinichiro, foi educado na Inglaterra. Ele registrava a história local por meio de suas telas e faleceu em 1943, antes do racha entre nacionalistas e comunistas na China continental.

O que também importa

Nauru, uma pequena nação insular na Micronésia, anunciou que vai cortar relações diplomáticas com Taiwan em favor da China continental. A ilha era um dos últimos 12 países a manter laços com Taipé. O governo divulgou que é “do interesse” do país e do seu povo retomar os contatos com Pequim. O vice-chanceler taiwanês, Tien Chung-kwang, disse que a medida foi tomada por pressão da China após o resultado das eleições e chamou-a de “uma emboscada” e um “flagrante ataque à democracia”.

China e Suíça assinaram declaração conjunta para finalizar um estudo que visa a ampliar o acordo de livre comércio existente entre os países. O documento foi chancelado após a visita do premiê chinês, Li Qiang, à presidente suíça, Viola Amherd. “Isso marca um passo importante para o início de possíveis negociações”, disse o governo suíço em nota. A China é o terceiro maior parceiro comercial da Suíça, depois dos Estados Unidos e da União Europeia.

Dezenas de turistas ficaram ilhados por vários dias após avalanches bloquearem rodovias que levam a Kanas, uma popular área turística de Xinjiang, sudoeste da China. Segundo o governo local, várias pessoas foram resgatadas por helicópteros enviados à região para levar suprimentos. As más condições climáticas, porém, interromperam as operações. O comitê de gestão de Kanas anunciou que, por segurança, vai fechar a área para visitas até o próximo dia 20.

Fique de olho

Dados revelados pelo Departamento Nacional de Estatísticas da China mostraram que as exportações cresceram 2,3% em dezembro na comparação com o mesmo período em 2022.

Segundo a revista The Economist, o resultado mostra uma recuperação lenta do comércio global, o que pode reduzir a pressão sobre os custos de empréstimos e alavancar a economia chinesa no curto prazo. A deflação, porém, continua sendo um risco, com quedas consistentes nos preços para o consumidor final.

  • De acordo com levantamento da agência de notícias Reuters, o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em 2023, o menor valor desde 2009;

  • O índice anual de preços ao produtor caiu 3,0%, a desaceleração mais acentuada desde 2015.

Por que importa: os números mostram que o plano de Xi Jinping para reduzir a dependência das exportações e impulsionar o crescimento econômico com o consumo doméstico tem um longo caminho para ser efetivado. Além disso, problemas estruturais como as vendas no varejo abaixo da expectativa e a crise no mercado imobiliário motivam preocupações no próximo semestre.

Para ir a fundo

  • Alunos da UFRJ vão poder fazer cursos gratuitos oferecidos pela gigante de tecnologia chinesa Huawei. Os treinamentos serão disponibilizados graças a uma parceria da empresa com o MEC e vão incluir áreas como 5G e cloud computing. Mais informações aqui. (gratuito, em português)

  • O Wilson Center realiza uma palestra online sobre o que esperar das relações de países asiáticos com a China após as eleições em Taiwan. O evento pode ser acompanhado aqui, na terça (16), às 12h (horário de Brasília). (gratuito, em inglês)

Fonte: Folha de São Paulo

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