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China expande capacidade nuclear contra EUA, diz relatório – 18/12/2024 – Mundo

O arsenal nuclear da China e outros elementos de suas Forças Armadas cresceram de forma robusta, apesar das investigações anticorrupção que abalaram o Exército de Libertação Popular em seus níveis mais altos, disse o Pentágono em relatório publicado nesta quarta-feira (18).

A Marinha da China “continua a se transformar em uma força global, estendendo gradualmente seu alcance operacional para além do leste da Ásia“, disse o Departamento de Defesa em um relatório anual que avalia a força militar de Pequim.

Segundo o documento, a China também parece estar explorando a produção de mísseis balísticos intercontinentais com armas convencionais, o que lhe daria outra opção —juntamente com seus cerca de 135 mísseis nucleares de longo alcance— que poderia ser usada para ameaçar o território continental dos Estados Unidos.

A China não divulga o número de armas nucleares que possui. O relatório do Pentágono estima que ela tenha acrescentado cerca de cem ogivas nucleares desde o ano passado, elevando seu estoque para mais de 600 em meados de 2024. Esse número ainda é muito menor do que os arsenais de EUA e Rússia, mas a China parece estar no caminho certo para instalar mais de mil ogivas até 2030, segundo o relatório. A Rússia e os EUA têm, cada um, 1.550 armas nucleares estratégicas sob um tratado que pode expirar em 2026.

Para combater a China, o governo Biden vem expandindo as parcerias de segurança dos EUA na região da Ásia-Pacífico, fazendo acordos que permitiriam que as forças americanas se dispersassem por pequenas ilhas e atacassem a China com armas antinavio e mísseis de cruzeiro. O relatório do Pentágono pode alimentar os pedidos para que o novo governo Trump se concentre no aumento da força militar de Pequim, mesmo enquanto os EUA enfrentam a guerra da Rússia na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio.

O desenvolvimento nuclear da China indica que seus líderes veem a necessidade de expandir o leque de opções destrutivas que poderiam utilizar contra os EUA em uma crise ou guerra, disse o Pentágono. O líder da China, Xi Jinping, desenvolveu o arsenal do país mais rapidamente do que qualquer outro líder anterior.

O Pentágono disse que Pequim parece ter concluído a construção de três campos de mísseis com 320 silos de lançamento em seus desertos do norte e colocou mísseis em alguns dos silos. Ainda afirmou que a força de foguetes do gigante asiático estava construindo dezenas de outros silos para abrigar mísseis intercontinentais Dongfeng-5, cada um dos quais pode lançar várias ogivas contra um inimigo.

A “modernização da força da China sugere que uma busca pela capacidade de infligir níveis muito maiores de danos avassaladores a um adversário em uma troca nuclear”, disse o relatório. A “expansão da força nuclear da China permitirá que ela atinja mais cidades, instalações militares e locais de liderança dos EUA do que nunca em um possível contra-ataque nuclear”, acrescentou.

Os avanços relatados pelo Pentágono ocorreram apesar dos recentes escândalos de corrupção nas Forças Armadas chinesas. O Ministério da Defesa Nacional da China revelou no mês passado que o almirante Miao Hua, membro da Comissão Militar Central —o órgão do Partido Comunista que controla as as Forças— foi suspenso por suspeita de “graves violações da disciplina”, uma frase que geralmente significa corrupção.

Em junho, os líderes do partido acusaram oficialmente dois recentes ministros da Defesa —os generais Li Shangfu e Wei Fenghe— de aceitar subornos e vender promoções militares. No ano passado, Xi substituiu abruptamente dois comandantes da Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular, que controla quase todos os mísseis nucleares da China.

Parte da corrupção pode ter envolvido os silos construídos para mísseis balísticos, mas qualquer problema com silos comprometidos provavelmente já foi resolvido, segundo o relatório do Pentágono. O relatório não informou como as autoridades americanas chegaram a essas conclusões. Os EUA usam satélites e outras tecnologias para monitorar de perto as instalações nucleares chinesas.

Grande parte do planejamento militar da China está concentrado em Taiwan, uma ilha democrática autogovernada que Pequim reivindica como seu território. Há muito tempo, os líderes chineses afirmam que querem absorver Taiwan pacificamente na China, mas também dizem que podem recorrer à guerra. A China vem intensificando as incursões da força aérea e naval perto do território para aumentar sua pressão sobre a ilha.

Mas o relatório do Pentágono concluiu que a China ainda está longe de poder considerar com segurança a possibilidade de invadir Taiwan. O relatório afirma que a China tem deficiências na guerra urbana, que poderia ser necessária para tomar as cidades de Taiwan, e em sua capacidade de manter suprimentos a longas distâncias.

Uma invasão anfíbia de Taiwan seria “um risco político e militar significativo” para o Partido Comunista e Xi, “mesmo supondo um pouso bem-sucedido e uma fuga das defesas da ponta de praia de Taiwan”, disse o relatório.

Fonte: Folha de São Paulo

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