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Chile: Militar que matou Jara se suicida antes de prisão – 30/08/2023 – Mundo

Um dos militares condenados pelo sequestro e homicídio do cantor e ativista Víctor Jara durante a ditadura de Augusto Pinochet no Chile, o general da reserva Hernán Chacon, 85, suicidou-se pouco antes de ser conduzido pela polícia a um presídio nesta terça-feira (29).

Chacon foi um dos sete membros do Exército sentenciados à prisão pelo crime pela Suprema Corte na véspera. Em decisão unânime, o tribunal estabeleceu penas de 25 anos para os acusados, que recorriam de um veredicto de 2018.

Jara foi torturado e morto com 44 tiros após ser detido na Universidade Técnica do Estado, onde lecionava, dias após o golpe, em 1973. Militante do Partido Comunista, assinou músicas como “Te Recuerdo Amanda”, “El Derecho de Vivir en Paz” e “Manifiesto”, e era considerado um símbolo da chamada Nova Canção Chilena, movimento que marcou o país na virada dos anos 1960 para os 1970.

O músico foi preso junto a cerca de outros 5.000 alunos, professores universitários e outros simpatizantes da esquerda em um complexo esportivo que hoje leva o seu nome. Outro militante detido na ocasião, Littér Quiroga, diretor prisional do governo de Salvador Allende, teve seu corpo encontrado ao lado do de Jara, também com sinais de tortura —a sentença emitida pela Suprema Corte na segunda também considera os militares da reserva culpados por seu assassinato.

Além de Chacon, os oficiais condenados são Raúl Jofré, Edwin Dimter, Nelson Haase, Ernesto Bethke e Juan Jara. Eles hoje têm entre 73 e 85 anos e foram sentenciados a 15 anos de cárcere pelos homicídios e dez pelos sequestros. Além deles, Rolando Melo, foi julgado cúmplice do crime pelo tribunal, e recebeu uma pena de oito anos.

Segundo o Ministério Público chileno, Chacon se suicidou no mesmo momento em que a polícia ia buscá-lo para cumprir a ordem da Suprema Corte. O promotor Claudio Suazo afirmou que ele “pegou uma arma de fogo e disparou”.

O golpe que derrubou Allende do poder completa 50 anos no próximo dia 11. O regime que o sucedeu, comandado por Pinochet, durou 17 anos e fez ao menos 3.200 vítimas, entre mortos e desaparecidos.

Fonte: Folha de São Paulo

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