O arcebispo da Cantuária, Justin Welby, renunciou ao cargo de chefe da Igreja Anglicana nesta terça-feira (12). O anúncio foi feito dias depois que um relatório criticou a atuação do religioso no que é considerado o pior caso de abuso infantil dentro da instituição.
A renúncia “é do interesse da Igreja da Inglaterra, que eu profundamente amo e que tive a honra de servir, afirmou Welby.
Ele declarou esperar “que essa decisão mostre o quanto a Igreja da Inglaterra entende que precisa de mudanças” e falou em “profundo comprometimento em criar uma igreja mais segura”.
Um relatório publicado na semana passada por uma comissão independente revisou o caso de John Smyth, religioso que chefiava um acampamento de verão e que foi acusado de abusar de mais de cem meninos no Reino Unido e depois em países da África dos anos 1970 a meados dos anos 2010.
O documento afirma que a Igreja Anglicana acobertou “abusos abomináveis” e implicou diretamente o arcebispo da Cantuária, afirmando que ele havia tomado conhecimento dos abusos ainda nos anos 1980.
A investigação também afirma que Welby e Smyth estiveram juntos em vários acampamentos cristãos de 1975 a 1979. O agora ex-arcebispo sempre afirmou que ficou sabendo dos casos apenas em 2013, momento em que as denúncias ganharam força.
O suposto abusador morreu em 2018. Segundo o relatório, ele foi realocado pela igreja para a África depois que membros de alto escalão já sabiam sobre as denúncias contra ele.
A escolha de um novo chefe da Igreja Anglicana pode demorar meses.