Campeão olímpico de esgrima (Londres-2012), o venezuelano Rubén Limardo, que está disputando os Jogos de Paris, espera que a eleição na Venezuela “se dê com tranquilidade, com normalidade”.
“Que seja sempre pelo bem-estar do meu país. É só o que quero, como representante de todo o país [nos Jogos]. Que tudo se mantenha em paz, porque os venezuelanos somos alegria”, disse Limardo à Folha, logo após ser eliminado na primeira rodada do torneio olímpico de espada, neste domingo (28). Ele ainda vai disputar em Paris o torneio por equipes.
Ídolo em seu país, Limardo, 38, foi alçado a símbolo da da chamada revolução bolivariana ao conquistar o ouro em Londres. Chegou a ser eleito suplente de deputado à Assembleia Nacional, em 2015, pelo PSUV, partido de Nicolás Maduro. Nunca chegou a assumir uma cadeira.
De lá para cá, criticou a falta de apoio do governo ao esporte, desencantou-se com o regime de Maduro e anunciou que não falaria mais de política.
Hoje, vive e treina na Polônia. Quatro anos atrás, chamou a atenção ao anunciar que estava trabalhando como entregador de aplicativo, para bancar a preparação olímpica.
O tom de Limardo é o mesmo dos demais membros da delegação venezuelana em relação às eleições.
“Não estou pensando em nada disso”, disse outro esgrimista, Grabiel Lugo.
“Sou atleta, me dedico ao esporte, não me inclino por nenhuma tendência política. Sou uma pessoa neutra, saio para competir por meu país e não por um partido político”, acrescentou ele, que se destacou ao vencer seus dois primeiros combates de espada neste domingo.
Quando questionado se gostaria de estar em Caracas para votar, o treinador Benry Hernández respondeu apenas que quer “ganhar a medalha de ouro hoje.”
A Venezuela tem 31 atletas nos Jogos de Paris, 17 homens e 14 mulheres, em 12 esportes.