O fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, desaparecido desde a última terça-feira (26/11) em Paris, na França, teria caído no Rio Sena, segundo informações repassadas pelo amigo dele, Rafael Basso, em entrevista à Rádio França Internacional (RFI). O acidente, segundo conta, aconteceu a poucos metros da beira do rio e próximo da Torre Eiffel horas antes do desaparecimento.
Basso, também mineiro e residente em Paris, contou ainda que, devido à queda, o amigo se internou no hospital Georges Pompidou, nas proximidades, no início da manhã, por volta das 6h, e deixou a unidade de saúde ao meio-dia. Ele alega ter tentado acesso às informações do prontuário médico, mas não conseguiu, segundo publicou a RFI.
Rafael Basso disse também que entrou em contato com a agência que intermediou o aluguel do apartamento onde o amigo estava hospedado. A empresa, segundo diz, confirmou ter recebido a visita de Flávio, ainda com as roupas molhadas, a fim de garantir mais um dia de hospedagem.
Na sequência, segundo a família, “ao que tudo indica”, ele retornou ao apartamento situado na Rua des La Reculette, no 13º distrito de Paris, e a partir de então cessou as respostas às mensagens e desapareceu. Amigos foram ao apartamento e recolheram os pertences de Flávio, incluindo seu passaporte.
Celular encontrado
Diante da falta de notícias, a mãe de Flávio passou a efetuar ligações insistentes para o celular do filho e, na madrugada do dia 28/11, um indivíduo desconhecido atendeu, mas não se comunicava em português. Ele então passou o telefone para um brasileiro chamado Denis, funcionário de um restaurante francês.
Denis conversou com a mãe de Flávio e esclareceu que o aparelho celular foi encontrado dentro de um vaso de plantas, por volta das 7h da manhã do dia 27, na entrada do restaurante.
Flávio em Paris
Morador de Belo Horizonte, Flávio chegou a Paris no dia 1º de novembro para assistir a um casamento, juntamente com Lucien Esteban, filho de franceses e sócio dele em uma empresa de fotografia, a Toujours, na capital mineira. Esteban retornou ao Brasil no dia 8, como já estava previsto, enquanto Flávio permaneceu em Paris.
O fotógrafo se define como um admirador da fotografia tradicional. Sua última publicação nas redes sociais ocorreu no dia 25 de novembro, um dia antes da data prevista para seu retorno ao Brasil. A imagem, em preto e branco, retrata Flávio com uma câmera antiga nas mãos, no Museu do Louvre, em Paris.
“Ele desaparece de um dia para outro, quando tudo estava previsto para ele voltar [ao Brasil]. Até meia-noite de segunda-feira (25/11), estava falando com clientes. A polícia acolheu o caso e desde então a gente vai lá e pede uma atualização. A luta nossa é para que eles abram a mala e abram o celular, e uma investigação para entender o que aconteceu”, explicou Basso.
O que dizem as autoridades
Enquanto as buscas por Flávio prosseguem, seu sócio Lucien e sua prima Woiron se encarregam de gerenciar as informações, contatar as autoridades brasileiras e francesas, organizar documentos e administrar as contas da residência de Flávio, já que sua mãe reside no interior de Minas Gerais e necessita de apoio. Eles mencionaram que a polícia francesa ainda não estaria se dedicando ao caso com a devida atenção.
A representação diplomática do Brasil na França informou por meio de nota que está a par do desaparecimento. “O Consulado-Geral do Brasil em Paris está acompanhando o caso, provendo à família a assistência consular cabível permitida pelos acordos internacionais assinados por Brasil e França e nos limites da legislação francesa”.