O Brasil assumirá a representação diplomática das embaixadas da Argentina e do Peru em Caracas, assim como os cuidados de seus prédios e, mais importante, dos seis asilados venezuelanos que residem sob a proteção do governo Javier Milei após a ditadura de Nicolás Maduro expulsar essas equipes diplomáticas de sua capital.
A medida tem peso duplo. Primeiro pela colaboração Brasília-Buenos Aires em um momento no qual as rusgas a nível presidencial entre Lula (PT) e Javier Milei chamaram a atenção. Segundo pelos constantes esforços de Brasília em manter-se em diálogo com o regime de Maduro.
Os seis asilados que receberam proteção da gestão do ultraliberal Milei fazem parte da campanha de Edmundo González, que foi candidato da principal coalizão opositora à Presidência, e de María Corina Machado, a hoje maior líder opositora na Venezuela.
São encarregados de comunicação e de política internacional, entre outros temas. No X, Maria Corina agradeceu a decisão brasileira.
A ditadura de Maduro expulsou diplomatas de ao menos outros cinco países que contestaram o anúncio de sua reeleição. São eles: Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
Não se descarta que outras representações diplomáticas também sejam protegidas pelo Brasil, levando-se em consideração que é necessário cuidar de seus prédios e arquivos, que agora estarão sem pessoal, e de seguir fornecendo serviço consular para os cidadãos dessas nacionalidades que residem na Venezuela.