O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cobrou rivais republicanos no Congresso neste domingo (1º) para que eles apoiem novo pacote de auxílio econômico e militar à Ucrânia. O democrata se disse farto do enfrentamento entre os partidos e instou os rivais para que parem de levar negociações até o limite.
“Esse jogo arriscado precisa acabar, não deveria haver outra crise”, disse Biden. “Eu insto fortemente meus amigos republicanos no Congresso a não esperarem. Não percam tempo como fizeram durante meses. Aprovem um acordo orçamentário de um ano e honrem o acordo que fizemos alguns meses atrás.”
A fala de Biden foi feita no dia seguinte à aprovação pelo Legislativo de um projeto de lei que prorrogou provisoriamente o financiamento do governo por mais de um mês e evitou uma paralisação da gestão que deixaria a maioria dos mais de 4 milhões de funcionários federais sem salário e cortaria serviços.
O projeto de lei, que foi aprovado com amplo apoio do Partido Democrata e do Partido Republicano, levou um legislador a prometer destituir o presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy.
O prazo da lei é até 17 de novembro, e não inclui ajuda a Kiev. O presidente afirmou que os republicanos se comprometeram a aprovar o fornecimento de mais apoio militar e econômico à Ucrania por meio de uma votação separada.
“Não podemos, sob nenhuma circunstância, permitir que o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia seja interrompido. Espero que o presidente da Câmara cumpra seu compromisso de garantir a aprovação e o apoio necessários para ajudar a Ucrânia a se defender contra a agressão e a brutalidade”, disse ele a repórteres na Casa Branca.
Perguntado se ele poderia confiar em McCarthy para cumprir acordos, Biden disse: “Acabamos de fazer um sobre a Ucrânia, então vamos descobrir”. Um funcionário da Casa Branca disse que Biden estava se referindo às promessas republicanas de aprovar um projeto de lei separado sobre o assunto.
O projeto que evitou a paralisação do governo foi chancelado pelo Congresso a pouco menos de duas horas do prazo final, no Senado, por 88 votos a 9 após acordo entre os partidos Democrata e Republicano. O grande imbróglio das negociações eram justamente os gastos com a ajuda a Kiev —um grupo de republicanos radicais exige cortes mais profundos nesse auxílio.