O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conseguiu reduzir a vantagem de Donald Trump na corrida eleitoral deste ano, segundo uma nova pesquisa nacional feita pelo New York Times e o Siena College, divulgada neste sábado (13). Os dois estão, pela primeira vez, tecnicamente empatados, de acordo com a sondagem.
Os resultados mostram que 46% dos entrevistados votariam no ex-presidente republicano se o pleito para decidir o novo chefe da Casa Branca fosse realizado naquele momento. Outros 45% dizem que sua escolha seria o democrata Biden. Os 8% restantes estão indecisos.
A margem de erro geral da pesquisa é de 3,3 pontos percentuais, para mais ou para menos. No último levantamento realizado pelo NYT, em fevereiro, Trump liderava com 48% das intenções de voto, ante 43% que optavam pelo atual presidente.
A pesquisa confirma uma tendência de diminuição da distância entre os rivais apontada pelo site Real Clear Politics (RCP), que compila vários levantamentos. O dado mais recente do RCP mostra Trump na liderança por uma diferença de 0,2 ponto percentual, 45,6% a 45,4%.
Pela série histórica do RCP, a última vez em que os candidatos à Presidência ficaram empatados foi em outubro do ano passado. Desde então, Trump sempre seguiu na liderança, ainda que por margens apertadas. A maior vantagem foi registrada no fim de janeiro, com o republicando reunindo 47,3% das intenções de voto, ante 43% que afirmaram votar em Biden.
Os resultados indicam que a disputa pela Casa Branca deste ano, assim como nas duas eleições anteriores, será extremamente acirrada.
O aumento de votos para Biden parece vir principalmente dos eleitores que o elegeram em 2020. Na última pesquisa, Trump detinha uma vantagem maior nesse quesito: 97% dos que escolheram o republicano nas últimas eleições mantinham o apoio, ante 83% em relação ao rival. Agora, Biden mantém o voto de 89% daqueles que votaram nele no último pleito, contra 94% de Trump.
A pesquisa NYT/Siena também revela que o apoio ao democrata entre os eleitores brancos permaneceu estável, mas subiu entre os negros e latinos, nos subúrbios e entre as mulheres.
A resistência entre os mais jovens, que foram essenciais para a vitória de Biden em 2020, persiste. O grupo vem se distanciando do atual presidente por seu apoio a Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas.
De acordo com a pesquisa, apenas 36% de todos os eleitores aprovam a forma como Biden está lidando com o conflito. Entre os entrevistados com menos de 45 anos, esse índice cai para 4%.
A avaliação econômica de sua gestão também continua um entrave. A parcela de eleitores que veem o país como indo na direção errada permanece alta, em 64%. Além disso, quase 80% dos entrevistados classificam as condições econômicas dos EUA como regulares ou ruins. Entre os jovens, esse índice sobe para 85%.
Biden tem sido alvo de muitas críticas e questionamentos, especialmente devido à sua idade avançada, 81 anos —Trump tem 77. De acordo com a pesquisa, 69% dos respondentes afirmam que o democrata é muito velho para ocupar o cargo.
Na outra ponta, apenas 41% dizem o mesmo sobre Trump, que completará 78 anos em junho.
Ainda não está claro qual será o efeito eleitoral do julgamento criminal contra Trump que começará nesta segunda-feira (15). Ele enfrenta acusações em quatro casos criminais diferentes. O processo analisado agora é sobre ele ter supostamente comprado o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels em 2006.
Entre os entrevistados, 37% afirmaram que estavam prestando pouca ou nenhuma atenção ao caso. Por outro lado, 58% dos eleitores afirmam considerar as acusações como muito sérias ou um pouco sérias.
A pesquisa do New York Times com o Siena College foi feita por telefone com 1.095 eleitores registrados em todo o país, em inglês e em espanhol, dos dias 7 a 11 de abril.
Biden e Trump já obtiveram o número suficiente de delegados do Colégio Eleitoral de seus partidos para garantir a indicação deles à eleição em novembro. Esta será a primeira reedição de uma disputa à Presidência do país em quase 70 anos.