Enquanto o New York Times se debatia sobre como chamar o que havia acontecido, o Jerusalem Post já destacava que “Soldados erguem bandeira israelense no Norte de Gaza”, compartilhando vídeo do jornal Israel Hayom na plataforma X (reprodução abaixo).
O NYT arriscou a manchete “Israel avança para dentro de Gaza”, pushes into Gaza, e justificou logo abaixo que “Autoridades israelenses não chamaram publicamente de invasão”. No Financial Times, “Forças israelenses controlam [hold] parte do Norte de Gaza”.
Outros americanos e europeus se limitaram a falar em “segunda fase das operações” ou “da guerra“.
Ao fundo, após semanas, o governo americano parece ter contido a Arábia Saudita.
Na sexta, o NYT havia publicado que autoridades sauditas “alertaram firmemente”, com “mensagem brusca” e “exortações ainda mais contundentes”, que a “invasão israelense de Gaza seria catastrófica”. Mas de sábado para domingo o site Axios revelou que o ministro saudita da defesa estava a caminho de Washington, em meio à negociação de uma aliança militar.
E o jornal governista Al Riyadh abandonou as manchetes da guerra pela vitória do peso pesado inglês Tyson Fury, numa luta na capital saudita, para uma plateia de celebridades como o ex-jogador brasileiro Ronaldo e o músico americano Kanye West.
O esforço de Washington é para salvar um acordo entre Arábia Saudita, Israel e Índia, negociado pelo assessor da Casa Branca Jake Sullivan em resposta à retomada nas relações diplomáticas iraniano-sauditas, negociada por Pequim.
Na edição impressa da revista Foreign Affairs, que acaba de sair, mas foi preparada antes da guerra, Sullivan afirma ter conseguido conter a “escalada das crises em Gaza”, entre outras vitórias suas que permitiram o Oriente Médio “mais calmo em décadas“. Ele alterou o texto para a versão online.
‘FÚRIA’
Em título da americana Bloomberg, “Israel está perdendo apoio à medida que cresce a fúria por seus ataques a Gaza”. Destaca desabafos públicos contra o Ocidente feitos pela rainha da Jordânia, Rania Al Abdullah, pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, e pelo presidente da Turquia, Recep Erdogan, entre outros.
E o russo Rybar, que cobre os conflitos no Telegram, destacou a análise “Árabes e a Palestina vencem guerra com Israel –de informação” (reprodução abaixo). Cita levantamento usando as plataformas AlphaSense e DeTerm, sobre postagens em inglês, chinês, hindi, árabe, russo, turco, alemão e francês, entre outras.
“A simpatia pela Palestina é maior”, escreve. Detalha que usuários americanos e europeus ocidentais são mais pró-Israel; árabes, turcos e russos, pró-Palestina; a Índia, “50/50”. Na China, “imediatamente após o ataque do Hamas, o apoio a Israel prevaleceu, mas agora palestinos são apoiados o mais possível”.
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