Uma explosão em uma praia popular da capital da Somália, Mogadício, na noite desta sexta-feira (2), deixou pelo menos 32 civis mortos e 63 feridos, disse a polícia. O ataque foi atribuído ao al Shabaab, grupo islamita ligado à Al Qaeda que ainda não se pronunciou.
Trata-se do atentado mais mortal nesse país do Chifre da África desde que carros-bomba explodiram perto do Ministério da Educação e de um restaurante da capital em outubro de 2022, matando pelo menos 100 pessoas e ferindo outras 300.
Em uma entrevista coletiva em um restaurante da praia, o porta-voz da polícia, Abdifatah Aden, afirmou que, além dos civis mortos, um dos agressores se explodiu, outros três foram mortos pelas forças de segurança e um soldado também morreu. Um combatente foi capturado vivo.
Anteriormente, a agência de notícias estatal do país, a Sonna, havia atribuído o ataque ao al Shabaab. O grupo, no entanto, não reivindicou a autoria das explosões imediatamente.
Hassan Farah, um sobrevivente, descreveu o momento do atentado.
“Eu estava no restaurante tomando café e conversando com amigos quando vi um homem grande correndo. Em um segundo houve algo como um relâmpago e uma explosão enorme”, disse ele à Reuters. “Ficamos cobertos de fumaça. Dentro e fora do restaurante, muitas pessoas estavam deitadas no chão enquanto outras sangravam e choravam.”
Vídeos publicados nas redes sociais mostraram corpos na praia no escuro e pessoas correndo.
O al Shabaab controlava uma vasta área da Somália antes de ser repelido em contraofensivas do governo, que ocorrem desde 2022. Os combatentes, porém, continuam capazes de lançar ataques significativos contra alvos governamentais, comerciais e militares.
“O fato de o ataque terrorista coincidir com esta noite em que a praia está mais movimentada mostra a hostilidade dos terroristas para com o povo somali”, disse o ex-primeiro-ministro Hassan Ali Khaire em sua conta no X.