Ao menos 46 palestinos foram mortos nesta quinta-feira (31) em ofensiva de Israel em toda a extensão da Faixa de Gaza, principalmente no norte, onde um ataque atingiu um hospital, incendiou suprimentos médicos e interrompeu operações, segundo autoridades do território.
O Exército de Israel acusou o Hamas de usar o hospital Kamal Adwan em Beit Lahiya para fins militares e disse que “dezenas de terroristas” estavam se escondendo no local. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, nega a acusação.
Também nesta quinta, um ataque aéreo israelense em duas casas no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, matou pelo menos 16 palestinos, segundo médicos do hospital al-Awda situado na região. Entre os mortos estão um paramédico e dois jornalistas locais, disseram eles.
O Ministério da Saúde do Líbano, que também tem sido alvo de ofensivas de Israel, disse nesta quinta-feira que ataques mataram 45 pessoas no país nas últimas 24 horas, elevando o total para 2.865 desde outubro de 2023 —quando ataques do Hamas a Israel deram início à conflagração regional atual.
O norte de Gaza, onde Tel Aviv disse em janeiro ter desmantelado a estrutura de comando do Hamas, é atualmente o foco principal do ataque militar no território. No início deste mês, as Forças Armadas de Israel enviaram tanques para Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahiya para expulsar integrantes do Hamas que, segundo eles, haviam se reagrupado.
Eid Sabbah, diretor de enfermagem do hospital Kamal Adwan disse à Reuters que alguns funcionários sofreram queimaduras leves após o ataque israelense atingir o terceiro andar do local.
Não houve relatos de mortes no hospital, que chegou a ser ocupado pelas forças israelenses na semana passada. Israel afirmou ter capturado cerca de cem membros do Hamas nessa operação. Tanques israelenses ainda estão estacionados nas proximidades.
O ministério pediu a organismos internacionais “para proteger hospitais e equipes médicas da brutalidade da ocupação [israelense]”.
O Exército israelense disse que suas forças estão operando na área do hospital com base em informações sobre a presença de terroristas e infraestrutura usada por terrorista nas proximidades.
“Durante a operação, foi constatado que dezenas de terroristas estavam se escondendo no hospital, com alguns até se passando por funcionários do hospital”, disse o Exército em comunicado após o ataque desta quinta.
A organização Médicos Sem Fronteiras disse nesta quinta que um de seus profissionais no hospital, Mohammed Obeid, foi detido no sábado (26) pelas forças israelenses. A instituição pediu a proteção dele e de todos os profissionais de saúde que “estão enfrentando violência horrível enquanto tentam prestar cuidados”.
A guerra atual em Gaza começou depois que terroristas liderados pelo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e levando 251 reféns para o território. O ataque posterior de Israel a Gaza matou mais de 43 mil palestinos e reduziu a maior parte do territórios a escombros.