A Argentina eleva as vendas para Brasil e China, principais parceiros comerciais, e melhora saldo da balança.
De janeiro a outubro, as exportações do país somaram US$ 66 bilhões, com evolução de 17%, em relação a igual período do ano passado.
Após um 2023 complicado, principalmente no setor agropecuário, as exportações do reino animal do país subiram para US$ 14,1 bilhões neste ano, 24% a mais.
As vendas externas de produtos relacionados às indústrias de alimentos e de bebidas foram a US$ 12,4 bilhões, com aumento de 26%, segundo dados do Indec, órgão responsável pelas estatísticas do setor externo.
O país vizinho ainda tem um saldo negativo com o Brasil, mas em situação melhor do que a de 2023. As exportações para os brasileiros aumentaram 12% no ano, e as importações diminuíram 25%.
Comportamento semelhante foi obtido com chineses e chilenos, que também estão na lista dos principais mercados do país vizinho. Os argentinos, assim como ocorreu nas relações com o Brasil, elevaram as exportações e reduziram as importações nesses dois mercados.
No setor agrícola, a melhora do saldo da Argentina com o Brasil ocorre devido ao aumento das importações brasileiras de trigo.
Nos dez primeiros meses deste ano, os brasileiros já compraram 5,7 milhões de toneladas do cereal argentino, acima dos 4,2 milhões de todo o ano passado, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
A Argentina teve alívio na balança comercial também devido à redução das compras de soja brasileira. A quebra de safra havia forçado os argentinos a comprarem 4 milhões de toneladas da oleaginosa brasileira no ano passado. Até outubro deste ano, o volume caiu para 221 mil toneladas.
Além do trigo, o Brasil entra na lista dos principais compradores de leite, milho, cevada, batata e frutas dos argentinos.
A recuperação da produção de trigo permitiu ao país vizinho uma elevação de 173% nas vendas externas do cereal neste ano, atingindo US$ 2 bilhões, um valor arrecadado superior ao da soja em grãos.
O complexo soja, que inclui dados das vendas externas de grãos, farelo e óleo, levou para dentro do país US$ 16,3 bilhões neste ano, 38% a mais do que de janeiro a outubro do ano passado.
Assim como verificado no Brasil e nos Estados Unidos, a Argentina exporta mais, mas com preços em queda. Até outubro, colocaram 69% a mais de produtos relacionados à soja no mercado externo, recebendo preços 18% menores.
A principal força no setor de soja são as exportações de farelo, que retornaram aos níveis normais e renderam US$ 9 bilhões neste ano, 62% a mais. Esse valor poderia ter sido maior, mas os preços médios internacionais do farelo recuaram 19%.
No setor de proteína bovina, houve pouca evolução. As receitas com a carne bovina congelada ficaram em US$ 1,5 bilhão, apenas 1,2% acima do valor de janeiro a outubro de 2023, segundo o Indec.
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