Apoiadores do ex-presidente da Bolívia Evo Morales ocuparam, nesta sexta-feira (1º), um quartel e retiveram pelo menos 20 militares na região cocaleira de Chapare, em meio aos protestos que realizam há 19 dias, informaram fontes militares.
As Forças Armadas disseram, em nota, que grupos armados irregulares tomaram a unidade, com o sequestro de pessoal militar, armamento e munição. Uma fonte da Defesa explicou que há cerca de 20 detidos entre oficiais e soldados.
O pano de fundo da instabilidade na Bolívia é a disputa entre Evo e Arce, antigos aliados e correligionários, pela indicação presidencial do MAS (Movimento ao Socialismo) para as eleições do ano que vem. O desentendimento entre os dois causou um racha na sigla que se arrasta desde o ano passado.
Evo está impedido de se candidatar desde dezembro do ano passado, quando o Tribunal Constitucional reverteu um entendimento anterior que liberava reeleições indefinidas no país —decisão que havia permitido ao ex-presidente vencer quatro eleições seguidas.
Nos últimos dias, manifestantes bloquearam diversas rodovias do país, um custo de US$ 1,7 bilhão (R$ 9,8 bilhões) —os protestos, iniciados após Evo desobedecer uma intimação do Ministério Público para depor, interromperam o fornecimento de alimentos e combustível em diversas partes do país.