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Agentes de Maduro cortam luz da embaixada argentina – 24/11/2024 – Mundo

Agentes de Nicolás Maduro cortaram a luz da embaixada da Argentina em Caracas na madrugada deste domingo (24), segundo Pedro Urruchurtu Noselli, um dos opositores do regime venezuelano que estão asilados na representação, sob tutela do governo brasileiro.

Noselli postou a informação no X. Em uma segunda publicação, ele afirma que uma caminhonete do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência), órgão de repressão, se juntou ao cerco das forças de segurança à residência.

Apesar da afirmação feita por Noselli na rede social, a residência diplomática possui geradores. No fim da manhã deste domingo, a eletricidade já havia sido restabelecida.

O novo cerco à embaixada argentina começou no sábado (23), segundo integrantes do partido opositor Vente Venezuela.

Além de Noselli, um dos coordenadores da campanha da líder oposicionista María Corina Machado, estão asilados na embaixada Claudia Macero, Magali Meda, Humberto Villalobos, Omar González e Fernando Martínez Mottola.

Também no X, a conta oficial do Ministério das Relações Exteriores do governo de Javier Milei publicou uma nota de repúdio ao assédio contra os asilados na embaixada em Caracas. “A República Argentina condena os atos de assédio e intimidação contra requerentes de asilo na Embaixada da Argentina em Caracas, atualmente sob proteção diplomática do governo brasileiro”, disse o comunicado.

“O envio de tropas armadas, o encerramento das ruas em redor da nossa Embaixada e outras manobras constituem uma perturbação da segurança que deve ser garantida às sedes diplomáticas de acordo com o direito internacional, bem como àqueles que solicitaram asilo diplomático”, afirma o post da chancelaria argentina. “A República Argentina apela à comunidade internacional para que condene estas práticas e exija o salvo-conduto necessário para permitir que os requerentes de asilo deixem o país.”

Em setembro, forças da Venezuela cercaram a embaixada, com patrulhas da agência de inteligência venezuelana e da polícia. Além disso, agentes do regime estabeleceram à época, nos arredores do prédio, um posto de controle para verificar a identidade dos passantes.

O local está sob custódia do Brasil desde 5 de agosto, quando a ditadura chavista expulsou de sua capital os diplomatas de Buenos Aires. As tensões diplomáticas entre o regime e os países vizinhos se acirraram após as eleições presidenciais que deram um novo mandato a Nicolás Maduro no final de julho, em meio a acusações de fraude.

Até a manhã deste domingo, nem o Palácio do Planalto nem o Itamaraty haviam se manifestado sobre a nova movimentação de agentes no entorno da embaixada argentina. Diante desses episódios, a chancelaria brasileira tem usado a estratégia de evitar declarações públicas e continuar buscando o diálogo para a solução do problema.

Em um comunicado, o Con Venezuela, que é a coalizão opositora liderada pela María Corina Machado, disse que a ação é uma clara violação dos acordos internacionais sobre asilo e diplomacia assinados pelo Estado venezuelano.

Segundo o texto, o cerco à embaixada argentina acontece pela proximidade da “data de validade” do governo Maduro, em referência a 10 de janeiro, data do início de um novo mandato —Machado tem reiterado que Edmundo González, o candidato da oposição que concorreu contra Maduro, será empossado, sem explicar como isso se daria. A nota também pede que a população saia às ruas em protesto no próximo domingo (1º) para exigir o reconhecimento de González como presidente eleito.

O ex-diplomata se asilou na Espanha após ordem do regime para prendê-lo, sob acusação de desobediência das leis, falsificação de papéis públicos, conspiração, usurpação de funções e sabotagem. A ditadura afirma que Maduro foi reeleito com 52% dos votos contra 43% de González. Mas segundo a oposição, que divulgou atas do pleito na internet, González teria vencido a eleição presidencial com mais 67% dos votos, contra 30% de Maduro.

Na última terça (19), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que Washington reconhece a vitória de González. O Brasil não reconhece o triunfo de Maduro nem de González e pede que a ditadura divulgue as atas de votação.

Fonte: Folha de São Paulo

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