O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse, neste domingo, (25), que Belarus concentra um “número significativo” de tropas e equipamentos na fronteira com o território ucraniano sob o pretexto de exercícios militares.
Os equipamentos incluem tanques, artilharia, sistemas de defesa aérea e equipamentos de engenharia e estão concentrados na região de Gomel, perto da fronteira norte da Ucrânia, segundo a pasta.
Belarus é um país vizinho à Ucrânia e à Rússia e aliado ao governo de Moscou. Oficialmente, o país não está na Guerra da Ucrânia, embora seja base de tropas russas e permita o uso de seu território e espaço aéreo por Moscou.
No poder desde 1994, o ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko, passou anos tentando fazer um jogo duplo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o Ocidente, mas, desde 2020, quando sua autoridade foi desafiada por megaprotestos, está na esfera de influência do governo russo. Em 2022, o regime de Lukachencko permitiu que as tropas russas utilizassem o seu território para atividades chamadas por Belarus e Rússia como exercícios antes da invasão à Ucrânia.
Segundo a agência de notícias Reuters, o Ministério das Relações Exteriores indicou que os serviços de inteligência ucranianos detectaram que Belarus “concentra um número significativo de pessoal […] na região de Gomel, perto da fronteira nordeste da Ucrânia, sob o pretexto de [conduzir] exercícios”.
“Advertimos às autoridades de Belarus que não cometam erros trágicos para o seu país sob pressão de Moscou. Instamos as Forças Armadas a cessar as ações hostis e a retirar as tropas da fronteira ucraniana para uma distância fora do alcance dos tiros dos sistemas belorrussos”, diz.
De acordo com a agência AFP, o governo ucraniano disse que os exercícios militares na zona fronteiriça representam uma ameaça à “segurança global” porque a central nuclear de Chernobyl, cenário do pior desastre nuclear registrado na história, está próxima da região.
A concentração de tropas ocorre dias após a Ucrânia lançar uma incursão na região russa de Kursk, em 6 de agosto, e com as tropas russas continuando o seu avanço no leste do país invadido.
Em outra esfera da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou, neste domingo, que as forças ucranianas avançaram até três quilômetros na região russa de Kursk, assumindo o controle de mais dois vilarejos.