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Chinês sequestrado ao nascer encontra família após 37 anos – 13/08/2024 – Mundo

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Olimpíadas à parte, o assunto da semana nas redes chinesas girou em torno de um reencontro. O vídeo de um homem de 37 anos, identificado apenas pelo sobrenome Pang, voltando para sua família rodou a internet e emocionou internautas.

Entenda: Pang nasceu em Weinmann, na província de Shaanxi, noroeste da China. Com apenas um dia de vida, o menino foi sequestrado pela avó e doado a um homem desconhecido, sem o consentimento dos pais.

  • A mulher justificou a decisão dizendo que o casal não teria condições de criar mais um filho por já ter outros dois.

Os pais passaram todos estes anos procurando a criança, somente com a informação de que ele tinha sido levado para a província de Shandong, no leste do país. Em fevereiro, a polícia finalmente encontrou o garoto, agora já homem, por meio de um banco de DNA.

As imagens do encontro foram transmitidas por um canal de TV local e repercutiram no Weibo, rede social semelhante ao X (antigo Twitter). A hashtag “Casal de Weinmann encontra filho após 37 anos” (渭南夫妻37年寻子终团圆) teve mais de 40 milhões de visualizações.

Por que importa: casos como o de Pang são uma triste herança da miséria e da política de filho único que vigorou na China durante décadas.

  • Várias crianças foram sequestradas ou doadas voluntariamente entre os anos 1960 e 2000, já que as famílias humildes temiam desrespeitar o limite de filhos imposto pelo governo, o que podia resultar em prisões ou multas altíssimas.

  • Vários bebês também foram abandonados porque chineses com menos renda não tinham condições de criá-los.

Em 2009, o Ministério de Segurança Pública da China criou um grande banco de dados de DNA com amostras de sangue de casais em busca dos filhos biológicos.

Em janeiro deste ano, a pasta lançou a chamada “Operação Reencontro” para agilizar o cruzamento de dados e dar fim a vários casos pendentes. Estima-se que 1.737 crianças desaparecidas foram encontradas desde então, com 236 pessoas presas por suspeita de tráfico e rapto de menores.


pare para ver

Pôster de propaganda chinês de 1986 destaca o lema “Cuidar do planejamento familiar, implementar a política nacional básica”. Cartazes do tipo se tornaram comuns na China enquanto vigorou a política do filho único. Você pode ver mais exemplos aqui.


o que também importa

★ O chanceler chinês Wang Yi disse que Pequim vai apoiar o Irã na defesa de sua “soberania, segurança e dignidade nacional”. A declaração é uma reação ao assassinato de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, no fim do mês passado. Sem mencionar Israel, Wang disse que o ocorrido violou a soberania iraniana e tornou a região mais instável. As forças israelenses não assumiram a responsabilidade pela morte até agora.

★ O tribunal superior de Hong Kong rejeitou por unanimidade o recurso para anular as condenações do fundador do jornal Apple Daily, Jimmy Lai, e outros seis outros ativistas pró-democracia. Lai e os outros réus foram condenados a sentenças entre 8 e 18 meses de prisão por participarem de um protesto em 2019. Os advogados dele alegaram que a condenação era desproporcional e violava direitos humanos fundamentais. O tribunal decidiu que decisões do Reino Unido, usualmente usadas como parâmetro na cidade que foi uma colônia britânica, não deveriam ser seguidas neste caso devido às diferenças nos marcos legais. Lai está preso desde dezembro de 2020 e ainda vai responder por supostamente “atentar contra a segurança nacional”.

★ A China anunciou que vai endurecer o controle sobre três produtos químicos usados na fabricação de fentanil. A medida é parte de um acordo feito entre Xi Jinping e Joe Biden na cúpula dos dois líderes no ano passado, quando os EUA pediram apoio chinês no controle da substância causadora de uma epidemia de viciados em opióides em território americano. Estima-se que 107 mil adultos americanos entre 18 e 45 anos morreram por overdose de fentanil só no ano passado. Pequim enviou uma delegação para discutir o assunto com homólogos americanos na quarta (14), mas ainda não anunciou publicamente quais substâncias serão restritas e como.


fique de olho

Pela primeira vez na história, a liderança do quadro de medalhas das Olimpíadas de Verão precisou ser decidida no número de pratas.

Estados Unidos e China terminaram a edição de Paris rigorosamente empatados em medalhas de ouro: 40 de cada lado.

  • Esta foi apenas a segunda vez na história que os americanos não venceram os chineses: o “time USA” ficou na segunda posição também em Pequim-2008, com 36 ouros contra 48 dos chineses.

Em 2024, a vitória americana poderia ter sido confirmada com 41 ouros, não fosse a teimosia de Shelby McEwen, atleta do salto em altura, no domingo (11).

  • McEwen disputava um desempate com o neozelandês Hamish Kerr pelo primeiro lugar. Após 11 tentativas frustradas, os juízes sugeriram dividir o primeiro lugar, mas o americano se recusou e perdeu a disputa.

EUA e China disputaram a liderança medalha a medalha ao longo de todo o evento. Como também aconteceu em 2008, a situação fez com que vários portais de notícias americanos alterassem a forma de classificar os países, usando como critério o número total de pódios ao invés de quem levou mais medalhas de ouro.

No final, os americanos confirmaram a vitória no número total de pratas: foram 44, contra 27 da China.

Por que importa: com exceção de 2008, esta foi de longe a melhor campanha chinesa em uma Olimpíada de Verão, despertando acusações e teorias da conspiração de toda parte vindas do lado americano.

Por muito pouco os EUA não perderam a majestade, mas devem respirar aliviados em 2028, quando terão representantes em todas as modalidades por serem os anfitriões dos Jogos de Los Angeles.


para ir a fundo

  • O Grupo de Danças da Universidade Minzu do Noroeste da China apresenta no próximo domingo (18) o espetáculo “Cores da China: um Caleidoscópio Étnico” no teatro Gazeta, em São Paulo. Os ingressos são gratuitos, mas limitados. Você pode reservar o seu neste link. (gratuito, em português)

  • O Ministério da Cultura, a Embaixada da China e a Secretaria de Cultura de São Paulo também estão apoiando uma apresentação inédita da Ópera de Wu de Zhejiang. O evento acontece na próxima segunda-feira (19) na cidade de São Paulo. Interessados podem retirar os ingressos aqui. (gratuito, em português)

  • A Observa China 观中国 realiza no dia 23 um evento em parceria com o Centro de Pesquisa em Segurança, Estratégia e Política do Paquistão para discutir a estratégia chinesa de uma perspectiva do Sul Global. As inscrições são gratuitas, mas limitadas. Informações aqui. (gratuito, em inglês)

Fonte: Folha de São Paulo

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