Autoridades palestinas da Faixa de Gaza disseram que ao menos 18 pessoas foram mortas em novos bombardeios contra duas escolas, nesta quinta-feira (8), na Cidade de Gaza. Os locais atacados, segundo o Exército de Israel, funcionavam como centros de comando do grupo terrorista Hamas.
“A ocupação israelense matou mais 18 cidadãos em bombardeios contra as escolas de Al-Zahra e Abdel Fattah Hamud. Outros 60 ficaram feridos”, disse Mohammad al Mughayyir, porta-voz da Defesa Civil do território palestino, controlado pelo Hamas.
Ainda segundo o porta-voz, outras 60 pessoas ficaram feridas, e mais 40 estão desaparecidas. “Trata-se claramente de um ataque contra escolas e instalações civis seguras na Faixa de Gaza”, disse ele, acrescentando que os locais serviam de abrigo para palestinos deslocados na guerra em curso.
Autoridades israelenses, por sua vez, disseram que os locais de ensino abrigavam centros de comando do grupo palestino. “As escolas foram usadas por terroristas e comandantes do Hamas, de onde planejaram e realizaram ataques”, afirmou o Exército em comunicado.
Trata-se da terceira ofensiva de Israel contra escolas no território palestino em menos de uma semana.
No domingo (4), ataques atingiram duas instituições educacionais na Cidade de Gaza, matando pelo menos 30 pessoas, segundo autoridades palestinas. Na ocasião, o Exército também disse ter atingido um complexo militar do Hamas.
Mais cedo naquele dia, um ataque aéreo israelense atingiu um acampamento dentro de um hospital na região central da Faixa de Gaza. Pelo menos 44 palestinos teriam sido mortos na ação.
Imagens que circularam na mídia palestina mostraram corpos espalhados no pátio de uma das duas escolas destruídas pelas explosões, enquanto os moradores corriam para carregar os feridos, incluindo crianças, e os colocavam em veículos de ambulância que os teriam levado para hospitais próximos. As imagens não puderam ser verificadas de maneira independente.
O Exército israelense disse, naquela ocasião, que atingiu combatentes dentro de uma base do Hamas nas escolas e que havia tomado medidas para reduzir o risco para os civis no local.
No sábado (3), outro ataque israelense deixou 15 mortos em uma escola no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, segundo o escritório de mídia do governo do Hamas. O Exército israelense afirmou que a escola estava sendo usada como centro de comando do grupo terrorista, que negou as acusações.
Segundo Israel, a facção palestina regularmente se infiltra em instituições civis, usando a população de Gaza como escudos humanos. O Hamas nega.
Enquanto isso, o comando do Hamas mudou. Yahya Sinwar foi escolhido como sucessor de Ismail Haniyeh, líder político da facção assassinado em Teerã em 31 de julho.
Sinwar é relatado como sendo mais extremo do que seu antecessor e é amplamente entendido como o arquiteto dos ataques de 7 de outubro, nos quais 1.200 israelenses foram mortos e 251 reféns levados para Gaza.
Sua nomeação, juntamente com as contínuas provocações regionais do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, representa mais um golpe às chances de um cessar-fogo e ao aguardado retorno dos reféns.
O contra-ataque de Israel em Gaza desde o início da guerra já deixou quase 40 mil mortos e mais de 90 mil feridos, segundo Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.