Incidentes causados pela tempestade tropical Debby deixaram ao menos quatro mortos na Flórida nesta segunda-feira (5), prenunciando uma semana de chuvas torrenciais e alagamentos à medida que o fenômeno se dirige para a Geórgia e as Carolinas do Sul e do Norte.
A tempestade atingiu a costa do Golfo da Flórida por volta das 7h desta segunda. Então, ela ainda era considerada um furacão de categoria 1, e seus ventos chegaram a atingir velocidades de 130 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).
À medida que ela foi se aproximando da terra, no entanto, foi perdendo a força, até ter sua classificação rebaixada e se tornar uma tempestade tropical.
Mesmo assim, a tempestade causou grandes estragos. O governador da Flórida, Ron DeSantis, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda que a Debby provocou ao menos quatro mortes, incluindo a de uma menina de 12 anos e a de um menino de 13 anos.
Ambas as crianças morreram no condado de Levy, a menina após ser atingida por uma árvore que caiu e o menino, depois que um tronco tombou sobre o motorhome em que ele estava.
Mais ao sul, no condado de Hillsborough, equipes de resgate recuperaram o corpo de um motorista de caminhão que perdeu o controle do veículo em uma estrada interestadual e caiu em um canal. O governo do estado não divulgou detalhes sobre a quarta morte.
O NHC prevê que a Debby cruze a Geórgia e se desloque em direção ao Atlântico até a noite desta terça (6). Em seguida, deve voltar a se fortalecer antes de retornar à terra, provavelmente pousando na Carolina do Sul, perto de Charleston.
O centro previu “inundações catastróficas”, com algumas áreas ao longo da costa atlântica recebendo de 50 centímetros a 75 centímetros de chuva até a manhã da sexta (9). Só em algumas partes do centro da Flórida, a Debby já tinha despejado de 20 cm a 40 cm até as 12h desta segunda.
Os governadores da Geórgia e da Carolina do Sul decidiram se antecipar aos danos e declararam estado de emergência em seus respectivos estados.
Cientistas acreditam que o aquecimento global aumentou a temperatura dos oceanos, fazendo que tempestades tropicais como a Debby sejam cada vez maiores e mais devastadoras.
O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), órgão ligado à ONU, já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.
Meteorologistas preveem que a temporada de furacões no Atlântico deste ano seja a mais ativa desde 2005 —ano que registrou um recorde de furacões, incluindo o Katrina e o Rita.