Um dos representantes do Brasil no atletismo nas Olimpíadas de Paris é Paulo André. O atleta é bem famoso do grande público, mas não necessariamente pelo que ele faz nas pistas. Em 2022, ele foi um dos participantes do Big Brother Brasil, reality show de grande sucesso da TV Globo. Para ficar confinado no programa,…
Um dos representantes do Brasil no atletismo nas Olimpíadas de Paris é Paulo André. O atleta é bem famoso do grande público, mas não necessariamente pelo que ele faz nas pistas. Em 2022, ele foi um dos participantes do Big Brother Brasil, reality show de grande sucesso da TV Globo.
Para ficar confinado no programa, PA, como é conhecido, ficou vários meses sem poder treinar corretamente e não teve a preparação correta para Paris 2024. Não à toa, neste sábado (3), o brasileiro participou das eliminatórias dos 100m livre e foi o último em sua bateria, ficando na 61ª colocação total.
A ausência é algo que ele admite que atrapalhou bastante na sua preparação, mas pelas oportunidades que se abriram, não é algo que ele se arrependa.
“Dois anos atrás, eu fui para o reality, não tinha como. Seria muita falta de inteligência minha ter saído do reality do jeito que eu saí e abandonar tudo. Eu tive que aproveitar o momento e não me arrependo”, iniciou, citando o quanto “ficou para trás” por conta de suas escolhas.
“Muito, influenciou muito. Não vou ser hipócrita e dizer que não influenciou. Para ser atleta, tirando a lesão, para eu chegar aqui e conquistar uma medalha, algum ato tem que ser sacrificado. E eu optei por não sacrificar e está tudo bem, essa foi a minha escolha. Tive uma oportunidade e abracei e não me arrependo em nenhum segundo. Só que assim, eu batalhei para estar aqui. Não foi pela visibilidade que alcancei, pela estrutura que consegui montar, em relação ao financeiro, não comprei nada. Conquistei isso aqui com o suor, tive menos tempo que os demais, mas é isso. Agora que essa onda está um pouco menor, tenho outra opção. Largar tudo e focar 300%, abdicar mesmo, ficar recluso 100% para estar 100%, ou não. Conversei inclusive com o Piu, ele disse que é difícil. Ele fez as escolhas dele, eu as minhas.”
E já pensando no próximo ciclo olímpico, Paulo André está “99% decidido” a tomar uma atitude que pode fazer a diferença em sua carreira: “Essa é uma escolha que eu vou fazer, de me mudar para outro país, de estar em outro continente, sair de todos os holofotes e ficar mesmo focado no esporte. Eu não vou ter o esforço de dizer não (para propostas). Eu vou estar lá e o não já vai ser uma resposta prévia. Eu vou estar fora do país e os trabalhos que acontecerem, vão ter que acontecer lá, a não ser que seja algo contratual. Aí eu vou ter que me deslocar, mas influencia muito. Estando em outro país, as coisas ficam mais fáceis para estar na bolha. É uma decisão 99% tomada. Depende muito, tem o meu filho, eu não posso abandonar, a minha família também. Mas um lado vai ter que ser sacrificado e estou disposto a sacrificar.”
Apesar de não ter passado da fase eliminatória nos 100m, Paulo André ainda volta a competir em Paris no revezamento 4x100m, marcada para 9 de agosto.