O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o Brasil entrará com “postura firme” em busca de uma solução para a crise na Venezuela.
Essa atuação, explicou, acontecerá em conjunto com outros países, como Colômbia, México e Estados Unidos.
“A postura do Brasil foi decisiva para ter eleição [na Venezuela], foi decisiva para que a oposição pudesse participar das eleições e essa postura que presidente tem que ter para inclusive poder participar do processo [de negociação]”, disse Padilha no programa Bom Dia Ministro desta quarta-feira (31).
Ele também defendeu a fala de Lula (PT) feita nessa terça-feira (30) de que não há nada de anormal acontecendo na Venezuela.
“Às vezes querem criar de um tamanho como se fosse uma crise que não tem solução, Brasil vai entrar com postura firme para que tenha solução junto com outros países, para que tenha solução inclusive de pacificação”, disse.
Em seu primeiro comentário sobre o assunto, Lula disse ver a imprensa brasileira tratando a questão como se fosse a Terceira Guerra Mundial. “Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco. Um concorda, o outro não”, afirmou em entrevista à TV Centro América, de Mato Grosso, acrescentando que quem deveria arbitrar a decisão é a Justiça.
Nessa segunda-feira (29), um dia após o pleito realizado no domingo (28), o PT divulgou uma nota oficial reconhecendo a vitória de Maduro e felicitando-o pela conquista.
Na visão do partido, as eleições no país foram uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
Questionado sobre isso, Padilha respondeu que o PT tem autonomia. “Não somos país onde partido manda no presidente ou presidente manda no partido”, acrescentou. Em seguida, ele reiterou que a posição do governo é de esperar pelas atas eleitorais.
Na madrugada de segunda, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela) afirmou que, com 80% das urnas apuradas, Maduro teria obtido 51,2% votos, enquanto González teria apoio de 44,2% —diferença que tornaria a vitória do líder irreversível, segundo o regime. A oposição contesta o resultado e convocou manifestações pelo país.