O Washington Post noticiou que o líder saudita Mohammed bin Salman “manteve [o secretário americano Antony] Blinken esperando horas por uma reunião que supostamente aconteceria à noite, mas para a qual só apareceu na manhã seguinte”. Na verdade, mandou chamar, segundo o New York Times:
“Os repórteres que viajam com Blinken foram instruídos a estar prontos para deixar o hotel na comitiva do secretário para a audiência com o mais poderoso governante sunita. As horas se arrastaram, da meia-noite às quatro da manhã. Finalmente, o príncipe concordou em encontrar Blinken depois das 7h30, em sua fazenda.”
O secretário de Estado também enfrentou “resistência rígida” ao buscar o líder egípcio Abdel Fatah El-Sisi, no Cairo. Na manchete do Politico (abaixo), “Desprezada pela Arábia Saudita, ouvindo sermão do Egito: diplomacia dos EUA encontra a realidade no Oriente Médio”.
ISLAMOFOBIA EM SÃO PAULO
Na chamada do Arab News, refletindo a mobilização por Gaza na mídia do Oriente Médio, “Guerra desencadeia salto na islamofobia na América Latina”. Acontecem “atos de solidariedade no Brasil e outros, mas também uma onda de ações de abuso contra muçulmanos”, com “mulheres usando hijab insultadas nas ruas”.
Na extensa reportagem enviada de São Paulo, “intelectuais dizem ter sido silenciados” e um líder muçulmano diz que sua filha foi chamada em diferentes oportunidades de “terrorista”. Episódios similares, inclusive com véu arrancado, são citados por muçulmanos ouvidos em Buenos Aires e Medellín, com registro em mídia social.
O jornal também destacou reportagem enviada da capital indiana, “Polícia prende mais de cem manifestantes em vigília pela Palestina em Nova Déli“, realizada após “série de protestos em diferentes partes da Índia”. Os ativistas “pedem ao governo para falar contra a ofensiva” em Gaza, o que o líder Narendra Modi ainda não fez.
Cada vez mais engajada, a cobertura saudita noticia que o país convocou para esta quarta uma reunião de emergência da Organização para a Cooperação Islâmica, que abrange de Turquia e Irã a Paquistão e Indonésia, para tratar da “violência em Gaza”.
Na mesma direção, na ONU, a diplomacia saudita “rejeitou os pedidos de deportação dos palestinos de Gaza” para o Egito e acrescentou a defesa dos “sírios nas colinas de Golan”. Declarou até seu “alinhamento” à posição do G77+China.
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