O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito para o terceiro mandato, informou na madrugada desta segunda-feira (29) o Conselho Nacional Eleitoral do país, órgão controlado pelo chavismo.
A vitória de Maduro repercutiu entre chefes de Estado e líderes políticos mundiais, da esquerda à direita.
O ex-presidente da Colômbia, o conservador Iván Duque, disse que a oposição foi vitoriosa e acusou Maduro de fazer pressão no conselho eleitoral para ser declarado o vencedor de maneira ilegítima.
Duque conclamou que o chefe das Forças Armadas da Venezuela, general Vladimir Padrino López, e os militares sob seu comando “não se oponham à vontade popular que outorgou a vitória à resistência democrática”.
O colombiano também pediu que a comunidade internacional exija o reconhecimento desse resultado. “A Venezuela deve fazer valer a sua voz e concretizar a decisão de pôr fim à ditadura”, concluiu.
No mesmo tom, ex-presidente argentino Mauricio Macri defendeu a união de países vizinhos e a ação das Forças Armadas para reconhecer a oposição como ganhadora e garantir que Maduro deixe o poder.
As principais lideranças políticas nos Estados Unidos não tinham se manifestado sobre o resultado até às 2h (de Brasília) desta segunda. À tarde, a vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca Kamala Harris chamou as eleições de históricas e disse que a vontade dos eleitores deve ser respeitada. O ex-presidente Donald Trump, candidato republicano, não se pronunciou.
A vitória de Maduro o mantém no cargo que ocupa desde 5 de março de 2013, após a morte do titular Hugo Chávez. Um mês depois foi eleito presidente pelo voto popular, derrotando o oposicionista Henrique Capriles por uma margem apertada.
À época, Maduro estava a menos de cinco meses no cargo de vice-presidente, e recém havia deixado a chefia do ministério das relações exteriores venezuelano, que comandava desde 2006.
Veja abaixo reações de líderes da América Latina e do mundo à vitória de Maduro.
O regime de Maduro deve compreender que os resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo. […] Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável
Condeno em todos os seus extremos a soma de irregularidades com intenção de fraude por parte do governo da Venezuela. O Peru não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano.
Não há dúvida: ganhou a resistência democrática e o povo se pronunciou com sua voz estrondosa. Maduro está pressionando para que, em poucos minutos, o CNE o declare ganhador sem expor as atas de sua brutal derrota. Têm preparado um convite ao ‘diálogo’ e à ‘reconciliação’ enquanto despojam o povo de sua vontade e buscam que os governos de Colômbia, Brasil e México sejam os primeiros a reconhecer semelhante atrocidade.
A maioria dos venezuelanos falou alto e claro: Maduro deve deixar o poder. Agora as Forças Armadas Venezuelanas têm a oportunidade de ficar do lado certo da história e garantir que a vontade do povo seja respeitada. Apelamos à comunidade internacional, e especialmente aos países da região, que devem garantir o compromisso de atrasar, para não permitir que esta ditadura se perpetue ao longo do tempo.
