Uma criança de quase dois anos sofreu queimaduras de terceiro grau no dedo indicador após colocar uma chave metálica na tomada e levar um choque elétrico. O caso foi registrado nesse domingo (21), no bairro do Farol, parte alta de Maceió.
De acordo com informações divulgadas pelo Hospital Geral do Estado (HGE), a irmã mais velha da criança, de 13 anos, relatou que o acidente aconteceu de forma casual. A criança teria subido no sofá, cutucado com uma chave na tomada e sofrido a descarga elétrica.
Ainda segundo os relatos, a ação de retirada da criança do contato com a tomada foi rápida, o que evitou lesões mais graves.
“Ela é uma criança muito ativa, que gosta de reinar, fazer bagunça, brigar com os irmãos. Não para quieta! Mesmo sendo uma tomada média, ela subiu no sofá e conseguiu ter esse desastroso contato. Quando peguei nela, depois do choque, percebi que sua mão estava rosada e quente, e um de seus dedos completamente branco. Fiquei preocupada e levei para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] de Jaraguá”, disse a mãe da menina.
Quando chegou à UPA, a mãe relatou que a enfermeira na classificação de risco aparentou preocupação e solicitou o atendimento de muita urgência. Quando os médicos avaliaram, entenderam a necessidade de transferir para o HGE para uma avaliação do cirurgião vascular. Em pouco tempo, uma ambulância estava disponível para o transporte até a maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, também referência no tratamento de queimaduras de Média e Alta Complexidade.
“No HGE, um cirurgião da Área Vermelha avaliou e encaminhou para a Observação Pediátrica. Lá, solicitaram a avaliação da cardiopediatra e de uma equipe do CTQ. Como os exames não indicaram qualquer problema no coração, solicitaram a internação no CTQ, pois disseram que se trata de uma queimadura profunda, de terceiro grau, com perda da circulação sanguínea na extremidade do dedo”, recordou a mãe da criança.
HGE faz alerta para o risco de graves lesões causadas por choque elétrico
O cirurgião plástico do HGE, Fernando Gomes, ressaltou que muita gente ainda desconhece que o choque elétrico pode causar sérias lesões na pele, além das complicações já conhecidas, como as contrações musculares involuntárias, convulsões, fibrilação ventricular ou parada cardiorrespiratória. Essa perda da circulação sanguínea na criança, mencionada pela mãe, foi causada pelo inchaço do membro, que foi tanto a ponto das artérias se comprimirem, provocando a morte das células.
Orientações
Contudo, é importante que os proprietários de residências façam manutenções periódicas na rede elétrica, observando se os dispositivos estão corretamente instalados e em bom estado de manutenção. Vale reforçar que as ligações elétricas devem ser sempre efetuadas por especialistas devidamente formados nessa área, em locais de difícil acesso para as crianças. E que o uso de proteções para tomadas reduz o risco em casas com bebês e crianças pequenas.
“Atenção para as extensões, fiações atrás dos móveis e luzes de equipamentos. Tudo o que pode despertar a curiosidade nas crianças devem ser afastados. E se ainda assim acontecer o acidente, desligue imediatamente a chave geral. Se a descarga for intensa, observe se há respiração e pulso para início imediato da reanimação cardiopulmonar. Se não for esse o caso e ficar em dúvida sobre o que fazer, acione imediatamente o Samu [Serviço de Atendimento Médico de Urgência]”, recomendou o médico.
Se a pessoa que sofreu o choque elétrico estiver acordada, orientada, mas apresentar a queimadura, pode-se levar a região da pele lesionada ao banho de água fria corrente por alguns minutos. O cirurgião plástico do HGE enfatiza que jamais devem ser adotadas alternativas caseiras, como uso de manteiga, ervas e pasta de dente. A extensão de uma queimadura elétrica pode ser enganosa, por isso é importante procurar o quanto antes a assistência médica.
Com informações da Ascom HGE*